terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Bryan Robson – Manchester United

Bryan Robson, o Capitão Marvel do Manchester United, foi um líder que comandou pelo exemplo durante 13 temporadas em Old Trafford.

Líder nato, ele capitaneou não somente o seu time, como a seleção nacional em duas Copas do Mundo.

A sua carreira poderia ter sido muito mais vitoriosa, não fossem as diversas lesões que o seguiram durante toda a carreira.

Contudo, embora as suas conquistas com o United tenham sido modestas quando comparadas com outras estrelas recentes, Robson permanece na história dos Red Devils como um dos líderes mais motivadores que já passaram por Old Trafford.

Descubram maiores detalhes da passagem de Bryan Robson pelo Manchester United ao ler o texto abaixo.

Boa leitura.

1. Bryan Robson em foto de 1988 (Getty Images)

Pela grande tradição do United de excepcionais jogadores com a camisa 7, Bryan Robson foi um líder entre os homens de vermelho.

No papel de um capitão inspirador com energia que parecia ser infinita, a habilidade para marcar gols decisivos, distribuir passes com precisão e defender, se necessário, heroicamente, ele incorporou o estado de espírito que caracterizou os Reds durante suas 13 temporadas em Old Trafford.

Numa carreira prejudicada por sérias lesões, ele liderou o seu clube e o seu país com a sua atitude de “nunca desista” que inspirava aqueles que estivessem ao seu lado, dentro ou fora de campo.

Robson foi um dos muitos grandes jogadores surgidos no nordeste da Inglaterra.  

Nascido em Chester-le-Street, ele começou a sua carreira como juvenil aos 15 anos no West Bromwich Albion em 1972.

2. Bryan Robson assina com o Manchester United antes da partida contra os Wolves em Old Trafford, Manchester, em 3 de outubro de 1981. Da esquerda para a direita: Ron Atkinson (treinador), Bryan Robson, Les Olive (secretário) e Martin Edwards (presidente). (Popperfoto/Getty Images)

Robson assinou o seu primeiro contrato profissional no verão de 1974 e fez sua estreia próximo ao fim daquela temporada, numa vitória dos Baggies por 3 a 1 sobre o York City (partida disputada em 12 de abril de 1975 em Bootham Crescent)

Ele começou sua carreira revezando jogos entre a lateral esquerda e a zaga central, mas como era muito combativo para brigar pela bola, a posição natural que mais se adequou a Robson foi o meio de campo.

Entretanto, logo ele sucumbiria ao tipo de praga de lesões que o assolaria durante toda a sua carreira. Quebrar a perna três vezes no espaço de uma temporada foi o tipo de lesão que ameaçou seriamente a sua carreira, mas, contra todas as probabilidades, ele se recuperou inteiramente delas.

Robson jogou nos Hawthorns sob o comando de Ron Atkinson e, quando Big Ron mudou-se para Old Trafford, o treinador trouxe Bryan para os Red Devils em outubro de 1981 por £1,5 milhão, então o valor recorde no Reino Unido.

3. Bryan Robson, camisa 16, chutando para marcar o gol contra a França com 27 segundos de jogo (Getty Images)

O jogador fez sua estreia na derrota de 1 a 0 para o Tottenham Hotspur, pela League Cup, em White Hart Lane.

Três dias depois ele fez sua estreia pela Liga, vestindo a camisa número 7, que iria se tornar sua em definitivo durante todo o tempo em que permaneceu em Old Trafford, num empate sem gols contra o Manchester City em Maine Road.

Sua primeira temporada em Old Trafford encerrou-se com 32 aparições e cinco gols, além dele se tornar uma presença constante no English Team de Ron Greenwood.

Na Copa do Mundo de 1982, Robson inseriu o seu próprio nome nos livros dos recordes quando, com apenas 27 segundos de jogo, abriu o placar da partida contra a França (vitória da Inglaterra por 3 a 1), uma marca que permaneceria sem ser batida durante 20 anos (até Hakan Sukur fazer um gol não somente abaixo da marca de Robson, mas o gol mais rápido de toda a história da Copa do Mundo quando o turco foi às redes aso 11 segundos da partida contra a Coreia do Sul pela decisão do terceiro lugar da Copa de 2002, vencida pela Turquia por 3 a 2).

4. Bryan Robson, camisa 7, comemorando um dos seus gols na partida contra o Brighton (Getty Images)

Na temporada seguinte Robson seria nomeado capitão dos Red Devils.

Em que pese a lesão nos ligamentos do tornozelo durante a vitória na partida de semifinais de League Cup (triunfo por 2 a 1 sobre os Gunners pela partida de volta disputada em Old Trafford em 22 de fevereiro de 1983), ele voltou a tempo de inspirar o United na final da FA Cup, quando marcou duas vezes no replay da final contra o West Bromwich Albion.

Ele, generosamente, abriu mão da oportunidade de marcar um hat-trick numa final de FA Cup quando permitiu que Arnold Muhren, o cobrador de pênaltis principal do time, cobrasse a penalidade que fechou o placar em 4 a 0 para os Red Devils.

Para muitas pessoas, o seu melhor momento com a camisa do United aconteceria na próxima temporada, quando os Red Devils enfrentaram o Barcelona – de Maradona e companhia – pelas quartas de final da European Cup of Winners’ Cup.

5. O goleiro do Barça observa atônito a bola entrar no gol após o cabeceio de Bryan Robson que abriu o placar do jogo (Getty Images)

Após perder por 2 a 0 na primeira partida na Espanha, ele liderou uma sensacional reviravolta em Old Trafford, marcando duas vezes diante de um ensandecido público de 58.000 espectadores (o outro gol, da vitória por 3 a 0, foi marcado por Frank Stapleton).

Em 1985 Robson liderou o United à outra conquista de FA Cup quando os Red Devils bateram o campeão da Liga, Everton, que tentava o bicampeonato do torneio, já que batera o Watford por 2 a 0 na temporada anterior, por 1 a 0 graças ao gol de Norman Whiteside.

Agora, também capitão da sua seleção, Robson e a Inglaterra chegaram no México, para a disputa da Copa de 1986, rodeados de altas expectativas, contudo, uma lesão no ombro, sofrida ainda na fase de grupos na partida contra a seleção de Marrocos, o tirou da disputa do restante do campeonato.

No mesmo ano Ron Atkinson foi destituído do cargo de treinador do United, mas o novo comandante, Alex Ferguson, manteve a fé e Robson continuou como capitão da equipe.

Em janeiro de 1990 ele foi agraciado com a Ordem do Império Britânico pelos seus serviços prestados pelo futebol.

6. Bryan Robson erguendo a taça da FA Cup de 1985 (Getty Images)

Naquele ano ele ainda iria erguer mais um troféu de FA Cup, obtido quando os Red Devils bateram o Crystal Palace por 1 a 0 no replay da final da FA Cup (a primeira partida terminou empatada em 3 a 3).

As seguidas lesões restringiram as suas aparições a apenas 20 naquela temporada com o United, que terminou a competição na 13ª colocação, mas no verão seguinte ele capitaneou a Inglaterra pela segunda vez numa Copa do Mundo.

E mais uma vez as lesões abreviaram a sua participação na competição, quando ele sofreu com o tendão de Aquiles e um dos dedos do pé, obtidas durante a partida contra a Holanda.

Após uma partida comemorativa em 1990, Robson conquistou a sua primeira taça europeia em 1991, quando ajudou o United a bater o Barcelona na final da European Cup of Winners’ Cup em Rotterdam (vitória por 2 a 1 dos Red Devils, dois gols de Mark Hughes, no De Kuip Stadion).

7. Geoff Thomas, capitão dos Eagles, e Bryan Robson, capitão dos Red Devils trocam cumprimentos antes do início do replay ad final da FA Cup de 1990 (Getty Images)

Robson continuou a liderar pelo exemplo quando o United foi um sério contendor pelo título da Liga 1991-92, mas foi sobrepujado pelo Leeds United.

Nesta mesma temporada Robson esteve ausente em Wembley, novamente por causa de leões, quando o United conquistou a sua primeira League Cup ao bater o Nottingham Forest por 1 a 0.

A partir deste momento, a influência de Robson começou a diminuir e, na temporada seguinte, 1992-93, ele foi perseguido por lesões nas costas que o deixaram paralisado e restringiram as suas aparições a apenas 14 no total.

E, além do mais, esta foi a temporada onde se encerrou a longa espera de 26 anos do United pelo título da Liga.

8. Programa oficial da partida comemorativa de Bryan Robson em 20 de novembro de 1990 (eBay)

Robson iniciou apenas seis partidas, mas a temporada terminou em alta quando ele marcou contra o Wimbledon no último jogo que encerrou o jejum do United e garantiu a medalha da primeira Premier League.

A próxima temporada viria a ser a última de Robson em Old Trafford.

Ferguson havia montado uma esquadra numerosa e o capitão do time estava desempenhando um papel praticamente decorativo nos Red Devils.

Apesar disso, ele conseguiu fazer aparições suficientes para garantir uma segunda medalha de campeão de Liga. O seu jogo final pelo United aconteceu contra o Coventry City, um empate sem gols em Old Trafford.

9. As filhas de Bryan Robson, Claire e Charlotte, e o seu filho Ben, dividem as luzes dos holofotes com o seu pai quando ele levanta a taça da FA Cup, ganha pelo United na temporada anterior, para o aplauso de ambos os times (Neal Simpson/PA Images/Getty Images)

Ele teve uma carreira vitoriosa e, em adição aos títulos domésticos de Liga e copas, ele conquistou três Charity Shields e uma European Super Cup em 1991 (vitória do United por 1 a 0 sobre o Red Star Belgrade).

Robson, pela Inglaterra, fez 90 aparições e marcou 26 gols.

Durante suas 13 temporadas Bryan Robson fez 461 aparições e marcou 99 gols pelos Red Devils.

Em maio de 1994 ele se transferiu para o Middlesbrough, assumindo o papel de jogador-treinador e liderou o clube da First Division à Premier League na sua primeira temporada à frente do clube.

Contratações de impacto, como da estrela brasileira Juninho, conduziram o Boro a finais domésticas em 1997 (finais de League Cup, contra o Leicester, e da FA Cup, contra o Chelsea).

O Boro, além de ter sido derrotado em ambas finais, ainda sofreu a dor do rebaixamento ao término da temporada.

10. Bryan Robson, no centro, com os cachecóis do United e do Celtic após o término do jogo (Getty Images)

O Middlesbrough retornou à Premier League na primeira tentativa, mas após uma nova que da, em 2001, Robson deixou o clube em comum acordo coma direção do Boro.

Depois ele teve períodos dirigindo o Bradford City, Sheffield United e o West Bromwich Albion antes de retornar ao United, em 2008, para assumir uma posição como embaixador do clube.

Em 2009 foi oferecido a Robson o cargo de treinador da seleção da Tailândia, que prontamente assumiu o posto na seleção oriental.

Em março de 2011 foi revelado que Robson se submeteu a uma bem-sucedida cirurgia por causa de um câncer na garganta e, em junho daquela ano, ele renunciou ao cargo de treinador da seleção tailandesa.

Compara com os mais recentes heróis do United, as conquistas de Robson são mais modestas, mas as suas exibições inspiradoras e o papel de líder motivador durante um período de domínio do Liverpool fizeram-no ser batizado de Capitão Marvel, uma presença heroica na distinta galeria de líderes do United.

11. Time dos Red Devils que iniciou a partida contra o Barcelona pela final da European Cup Winners’ Cup Final em Rotterdam em 15 de maio de 1991. Jogadores em pé (da esquerda para a direita): Paul Ince, Mike Phelan, Les Sealey, Gary Pallister, Brian McClair, Steve Bruce, Agachados (da esquerda para a direita): Lee Sharpe, Clayton Blackmore, Bryan Robson, Mark Hughes and Dennis Irwin (Bob Thomas/Getty Images)

Ficha técnica:

Bryan Robson

Nascimento: 11 de janeiro de 1957 em Chester-le-Street, County Durham, Inglaterra

Estreia: 7 de outubro de 1981 contra o Tottenham Hotspur

Posição: Meio-campista

Aparições pelo Manchester United: 461

Gols pelo Manchester United: 99

Aparições pela Inglaterra: 90

Gols pela Inglaterra: 26

Temporadas no Manchester United: 1981-82/1993-94

Clubes: West Bromwich Albion, Manchester United, Middlesbrough *

* The Official Encyclopedia of Manchester United - Ross Biddiscombe, Patrick Curry e Jonathan Hayden ©.

12. Bryan Robson e Eric Cantona com o troféu da Premier League 1992-93 (Planet Football) 

Tradução: Sandro Pontes

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Martin Peters - West Ham, Tottenham Hotspur, Norwich City, Sheffield United

Martin Peters, falecido recentemente, sagrou-se vencedor da Copa do Mundo de 1966 com, inclusive, um gol seu na final contra os germânicos, que os ingleses ganharam por 4 a 2.

Um meio-campista seguro e, nas palavras de Sir Alf Ramsey, “dez anos à frente do seu tempo”, Peter brilhou nos Hammers, nos Spurs e nos Canaries.

Conheçam um pouco mais sobre a carreira de Peters ao ler o texto abaixo.

Boa leitura.

1. Martin Peters marcando o seu gol na final da Copa do Mundo em Wembley (Talking Sports)

Martin Stanford Peters MBE – novembro de 1943 – 21 de dezembro de 2019) foi um futebolista e treinador inglês.

Também fez parte do time da Inglaterra que conquistou a Copa do Mundo de 1966 tendo, inclusive, marcado o segundo dos quatro gols que a Inglaterra anotou contra a então Alemanha Ocidental na final da competição.

Ele também participou da fase final no México quatro anos depois.

Nascido em Plaistow, Essex, ele jogou profissionalmente pelo West Ham United, Tottenham Hotspur, Norwich City e Sheffield United.

Também dirigiu, por um breve período, o Sheffield United antes de se aposentar do futebol profissional em 1981.

Peters ficou conhecido como “o meio-campista completo”, pois era capaz de passar a bola com ambos os pés, era muito bom no jogo aéreo e era um jogador muito difícil de ser marcado por causa da sua mobilidade em campo.

2. Martin Peters chutando para marcar um gol no empate de 4 a 4 com os Spurs em White Hart Lane em 22 de dezembro de 1962 (Getty Images)

Também era um especialista em cobranças de falta, ele foi descrito por Sir Alf Ramsey, treinador da Inglaterra, após um jogo contra a Escócia em 1968, como sendo “dez anos à frente do seu tempo’.

Sua versatilidade era tamanha que, enquanto esteve no West Ham, ele jogou em todas as posições do time, incluindo a posição de goleiro, que ele teve que assumir, logo na sua terceira partida pelo time principal, em substituição ao lesionado Brian Rhodes.

Com a sua transferência do West Ham United para o Tottenham Hotspur em 1970, ele se tornou o primeiro futebolista britânico a custar £200.000.

Primeiros anos

Peters nasceu em in Egham Road, na East India Dock Road em Plaistow, Essex em 8 de novembro de 1943 durante a Segunda Guerra Mundial.

Seu pai, William Peters, era um estivador do Tâmisa.

3. Martin Peters, segundo da esquerda para a direita, comemora a conquista da European Cup of Winners’ Cup em 1965 (Getty Images)

Não muito depois do nascimento de Peters, ele foi ele e sua mão foram removidos para Shropshire para escapar do bombardeio da Luftwaffe em Londres.

Quando ele completou sete anos, sua família se mudou para Dagenham onde ele frequentou a escola local de Fanshawe.

Nos seus tempos de jogos escolares ele jogou a maior parte do tempo como zagueiro, mas algumas vezes, também, como lateral.

Ele veio a chamar a atenção do Fulham, Arsenal, Tottenham Hotspur e Chelsea.

Peters não torcia para nenhum clube quando criança e tinha a preferência de se juntar ao Chelsea como o seu amigo, Terry Venables, que ele conheceu quando jogava pelo Dagenham Schoolboys, e havia assinado com o Chelsea.

Após jogar pela seleção escolar da Inglaterra ele foi selecionado por Wally St Pier, olheiro do West Ham United para fazer parte do time juvenil dos Hammers. No verão de 1959 ele foi contratado como juvenil quando estava com 15 anos pelo West Ham.

4. Martin Peters comemorando um gol marcado pelos Hammers contra o Chelsea em 1967 (Getty Images)

West Ham

Peters assinou o seu primeiro contrato profissional com o clube em novembro de 1960.

Ted Fenton, seu primeiro treinador, deixou o clube em 1961, substituído por Ron Greenwood.

Greenwood exerceu uma grande influência em Peters e no seu progresso como um jovem jogador profissional.

Nos seus primeiros anos de West Ham, Peters jogo tanto na defesa quanto ocupou espaços no meio de campo antes de Fenton encoraja-lo a jogar no meio de campo pela direita.

Ele fez sua estreia numa Sexta-Feira Santa em 1962, numa vitória caseira de 4 a 1 sobre o Cardiff City.

5. Miniatura de Martin Peters (eBay)

Ele marcou o seu primeiro gol pelo West Ham na vitória de 6 a 1, fora de casa, sobre o Manchester City em 8 de setembro de 1962.

Também em 1962, Peters jogou no gol do West Ham num jogo contra o Cardiff City, após o goleiro titular, Brian Rhodes, se machucar.

Peters jogou somente cinco partidas na sua primeira temporada com o West Ham e, embora tenha jogado 32 partidas de Liga na temporada 1963–64, ele não fez parte da campanha da FA Cup e, consequentemente, não foi selecionado para a final da FA Cup final de 1964 em Wembley, na qual o West Ham bateu o Preston North End por 3 a 2.

No ano seguinte, entretanto, ele se estabeleceu no time titular e foi vitorioso em Wembley quando o West Ham ganhou a European Cup Winners’ Cup com a vitória sobre o 1860 Munich.

Ele geralmente fazia parceria muito eficiente no meio de campo dos Hammers com Eddie Bovington e Ronnie Boyce.

Peters começou a se impor no jogo do West Ham e outra chance de título aconteceu em 1966 quando o West Ham cegou no final da League Cup.

6. Martin Peters com a camisa do Spurs (Getty Images)

Nesta ocasião a final ainda era disputada em duas partidas com cada um dos finalistas recebendo uma partida na sua casa (embora esta regra mudaria no ano seguinte, com a final sendo disputada em jogo único em Wembley), e Peters jogou em ambas partidas.

Ele marcou no segundo jogo, mas o oponente, West Bromwich Albion, foi o campeão com uma vitória agregada por 5 a 3 (2 a 1 para os Hammers em Upton Park e 4 a 1 para os Baggies nos Hawthorns).

A temporada 1968–69 viu o único hat-trick de Peters pelo West Ham, feito numa vitória caseira dos Hammers por 4 a 0 sobre o West Bromwich Albion.

Esta acabou sendo, também, a sua temporada mais produtiva no ataque com 24 gols em 48 jogos disputados pelos Hammers

Tottenham Hotspur

Sentido que estava vivendo na sombra de Bobby Moore e Geoff Hurst, Peters saiu em busca de um novo desafio.

7. O capitão Alan Mullery, nos braços dos seus colegas, celebra a conquista da Uefa Cup de 1972 pelo Tottenham ao lado de (esquerda para a direita) Ralph Coates, Alan Gilzean, Martin Peters, Mike England, Pat Jennings, Joe Kinnear e Cyril Knowles (Rex Features)

Em março de 1970, o West Ham recebeu uma oferta recorde de £200.000 (£150.000 em dinheiro) por Peters do Tottenham Hotspur e Martin se transferiu para White Hart Lane, com Jimmy Greaves, dos Spurs e da Inglaterra (avaliado em £50.000) indo para Upton Park.

Em 21 de março de 1970 Peters marcou na sua estreia pelos Spurs contra o Coventry City (derrotados Spurs para os Sky Blues por 2 a 1 em White Hart Lane).

Ele conquistou a sua primeira medalha doméstica em 1971 quando os Spurs bateram o Aston Villa por 2 a 0 na final da League Cup.

Os Spurs bateram o Wolverhampton Wanderers por 3 a 2 no resultado agregado e conquistou a UEFA Cup em 1972, o que permaneceu como a única final inglesa em competição europeias até o Manchester United bater o Chelsea na final da Champions League em 2008 (nesta última temporada, 2018-19 houve mais duas finais inglesas: O Chelsea bateu os Gunners na final da Europa League, enquanto o Liverpool venceu o Tottenham Hotspur na final da Champions League).

Em 1973 Peters conquistou a League Cup novamente com os Spurs (bateu o Norwich na final).

Ele completou mais uma temporada com os Spurs, que foram derrotados na final da UEFA Cup de 1974 para o Feyenoord pelo resultado agregado de 4 a 2 (Empate de 2 a 2 em White Hart Lane e derrota no De Kuip por 2 a 0).

8. Martin Peters em ação contra os Canários na final da League Cup de 1973 (Alamy Stock Photo)

Em março de 1975, ele se transferiu para o Norwich City pelo valor de £40.000, time que o seu ex-companheiro de West Ham, John Bond, treinava.

No total Peters disputou 260 partidas por todas as competições e marcou 76 gols durante esta passagem em White Hart Lane.

Norwich City

Peters, agora com 31 anos, fez a sua partida de estreia pelo Norwich em 15 de março de 1975, num empate de 1 a 1, em Old Trafford, com o Manchester United.

Ele ajudou ao recém-promovido Norwich a se estabelecer na First Division, fazendo mais de 200 aparições e ganhando uma partida comemorativa contra um selecionado de jogadores ingleses, que incluiu a maioria dos jogadores que conquistaram a Copa do Mundo de 1966.

Ele foi eleito o Jogador do Ano e Jogador da Temporada do Norwich City F.C. em duas temporadas consecutivas, em 1976 e 1977 e, em 2002, ele fez parte do Hall da Fama inaugural do Norwich City F.C. Hall.

9. Martin Peters com a camisa dos Canários (Getty Images)

Em 1978, enquanto ainda jogador do Norwich City, Peters foi agraciado com o título de Membro da Ordem do Império Britânico pelos seus serviços associados ao futebol.

Peters também viajou para a Austrália e atuou como jogador convidado pelo time do Frankston City pela Victorian State League.

No total ele jogou cinco partidas e marcou três gols, ganhando quatro e empatando um jogo dos quais ele participou.

Pelos Canários ele fez 232 aparições e marcou 50 gols durante sua passagem por Carrow Road.

Sheffield United

Ele se juntou ao Sheffield United em 31 de julho de 1980 primeiro como jogador e depois, então, como jogador-treinador ao substituir Harry Haslam, que teve que renunciara o cargo em virtude de doença.

10. Martin Peters e Brian Talbot, dos Gunners, em ação durante a partida disputada em Highbury em 28 de abril de 1979. O jogo terminou empatado em 1 a 1 (Alamy stock Photo)

A espera de Peters para se tornar treinador não demorou tanto assim, fazendo a sua aparição final contra o Gillingham em 17 de janeiro de 1981 (derrota para os visitantes por 1 a 0), jogo este no qual Haslam não pôde dirigir o time por estar doente demais e já havia demonstrações dos torcedores do Sheffield United favoráveis a Peters assumir.

Peters se aposentou para assumir o cargo de treinador do clube no dia seguinte, com o United na 12ª colocação e com 16 jogos restantes, mas ele foi incapaz de o declínio que tomou conta do time, ganhando apenas três dos jogos restantes.

Pela primeira e única vez em sua história, o Sheffield United foi rebaixado para a Fourth Division e Peters renunciou ao cargo ao fim da temporada.

Ao se aposentar do futebol profissional, em janeiro de 1981, após uma carreira distinta e livre de lesões, ele fez 882 aparições e marcou 220 gols no total.

11. Card de Martin Peters (Premier Football Cards)

Ficha técnica:

Martin Stanford Peters

Nascimento: 8 de novembro de 1943 em Plaistow, Essex, Inglaterra

Falecimento: 21 de dezembro de 2019 em Plaistow, Essex, Inglaterra

Times: West Ham, Tottenham Hotspur, Norwich City, Sheffield United

Aparições na carreira: 882

Gols: 220

Aparições pela Inglaterra: 67

Gols pela Inglaterra: 20 *

* When Football Was Football: Norwich City, a nostalgic look at a century of the club - Iain Dale © e Wikipedia ©.

12. Martin Peters em ação pelos Blades (Getty Images)

Tradução: Sandro Pontes

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