domingo, 30 de junho de 2019

Middlesbrough 5 Arsenal 0 – First Division 1980

Se a temporada 1978-79 foi muito boa para os Gunners tendo ganho, inclusive a FA Cup em cima do Manchester United no famoso jogo dos cinco minutos (ainda será detalhada esta partida épica noutra oportunidade), a seguinte não foi tão assim, digamos, feliz.

Eles perderam a final da FA Cup para o West Ham, bem como a European Cup of Winners’ Cup, contra o Valencia, de forma dramática nos pênaltis após empate em 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação.

Faltando duas rodadas para terminar o campeonato o Arsenal necessitava ganhar os seus dois últimos jogos para garantir um lugar na Uefa Cup da temporada seguinte: contra os Wolves no Molineux e contra o Middlesbrough no Ayresome Park.

Abaixo vocês verão o desfecho da temporada dos Gunners, que prometia muito, e acabou por jogar toda sua sorte contra o Boro que, na ocasião, ocupava uma posição intermediária na tabela de classificação.

Boa leitura.

1. Time do Middlesbrough da temporada 1979-80 (Pinterest)

Boro destroça as esperanças dos Gunners

Lá pelo meio de maio da longa temporada do Arsenal (a partida em Ayresome Park seria a 70ª partida do clube de Londres), o clube havia se desintegrado.

Os Gunners haviam perdido para o West Ham na decisão da FA Cup e também foram perdedores numa tensa disputa de pênaltis contra o Valência, em Bruxelas, na final da European Cup of Winners’ Cup, tendo Graham Rix desperdiçado o seu pênalti.

A última esperança de assegurar uma classificação para a Uefa Cup era baseada em vencer tanto em Molineux, quanto em Middlesbrough, seus dois jogos restantes no campeonato.

Por causa da importância dos dois jogos restantes o treinador do Arsenal, Terry Neill percebeu que não tinha opção, exceto não liberar o goleiro Patt Jennings e os defensores Pat Rice e Sammy Nelson para o time da Irlanda do Norte, que estava prestes a entrar no Home International Championship (campeonato que era disputado entre os países do Reino Unido: Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte).

Ironicamente com a exclusão de Jennings significou que o goleiro do Middlesbrough, Jim Platt, jogaria pela Irlanda do Norte no gol.

2. David Armstrong (Pinterest)

O Arsenal conseguiu o resultado necessário em Molineux, ao bater os Wolves por 2 a 1, deixando-os a uma vitória, por qualquer placar, em Ayresome Park três dias depois – uma derrota contra o Boro entregaria a vaga da Uefa Cup para o Ipswich Town.

A Billy Ashcroft foi entregue a função de defensor central pelo treinador John Neal assim que Alan Ramage foi liberado pelo clube, então ele poderia recomeçar a sua carreira de cricket pelo Yorkshire.

O jogo era um acontecimento pessoal na carreira de David Armstrong, pois era sua 350ª partida consecutiva pelo clube (por todas as competições).

O Middlesbrough assumiu a liderança no placar aos 11 minutos quando David Hodgson escorou de cabeça o cruzamento de John Craggs para Craig Johnston marcar do limite da grande área.

Nove minutos mais tarde Ian Bailey colocou a bola entre as pernas de David Price do Arsenal e chutou forte, mas viu Jennings espalmar milagrosamente a bola para fora da área, mas Dave Shearer a cabeceou de volta pra pequena área e Dave Hodgson marcou o segundo.

Seis minutos antes do intervalo, Shearer, parecendo estar suspeitamente impedido, recebeu um passe rasteiro de Mark Proctor e driblou Jennings e rolou a bola para um Graeme Hedley tocar a bola, quase em cima da linha, para as redes vazias.

3. Craig Johnston em ação contra o Everton pela First Division em 22 de março de 1980. O Boro venceu o jogo por 2 a 1 (Getty Images)

No começo do segundo tempo Hodgson conduziu a bola pela defesa estática dos Gunners e tocou para Armstrong vencer Jennings.

“Espigão” Armstrong celebrou o seu recorde de 350 partidas consecutivas com outro gol: o cruzamento de Proctor foi cabeceado na trave por “Sheik” Shearer e na volta ela encontrou Armstrong livre na marca do pênalti para empurrar a bola às redes e dar números finais ao jogo.

A dois minutos do fim do jogo, o capitão do Middlesbrough, Tony McAndrew, derrubou Frank Stapleton na área, mas Alan Sunderland perdeu o pênalti ou, melhor, Jim Stewart corretamente adivinhou a direção do chute de Sunderland e conseguiu defender a bola.

O time do Middlesbrough foi aplaudido de pé enquanto deixava o gramado, um excelente resultado para encerrar a campanha do time no campeonato.

O 5 a 0 reverso foi a pior derrota do Arsenal em seis anos e meio (o Sheffield United os derrotou pelo mesmo placar em Bramall Lane em setembro de 1973). Até o momento esta é a maior vitória do Boro sobre os londrinos.

Na noite seguinte os jogadores do Middlesbrough, Jim Platt e Terry Cochrane, jogaram pela Irlanda do Norte em Wembley contra a Inglaterra e foi Cochrane que marcou o tardio gol de empate para a Irlanda do Norte no empate de 1 a 1.

Eles permaneceram em casa para jogar as partidas restantes do torneio pela sua seleção, enquanto o resto do time do Boro embarcou no voo para disputar a Japan Cup.


4. David Hodgson (Pinterest)

Ficha técnica:

Middlesbrough 5 (David Armstrong - 2, Craig Johnston, David Hodgson, Dave Shearer) Arsenal 0

Local: Ayresome Park

Data: 19 de maio de 1980

Público: 15.579

Middlesbrough: Stewart, Craggs, Bailey, Hedley, Ashcroft, McAndrew, Johnston (Askew), Proctor, Hodgson, Shearer, Armstrong.

Arsenal: Jennings, Rice, Talbot, Walford (Vaessen), Young, Brady, Sunderland, Stapleton, Price, Rix.*

* Middlesbrough, a complete record - Harry Glasper ©.

5. Card de David Shearer (eBay)


Tradução: Sandro Pontes

Ian Bowyer – Nottingham Forest

Série Grandes Jogadores

Ian Bowyer foi um dos jogadores-chave do Forest nos seus anos mais vitoriosos. Contratado em 1973, ele só viria a deslanchar na carreira no City Ground com a chegada de Brian Clough.

Marcado para sempre pelo gol nas semifinais da Copa dos Campeões da Europa, contra o Colônia na Alemanha, que garantiu a passagem do Forest para o que seria o seu futuro bicampeonato europeu do torneio de clubes mais importante do mundo!

Maiores detalhes da carreira de Ian Bowyer através da leitura do breve texto abaixo.

Boa leitura.



1. Ian Bowyer (Getty Images)


Havia poucos traços de uma estrela em Ian Bowyer, mas ele foi um dos jogadores-chave do Nottingham Forest que, sob a batuta de Clough, transformou eternos subestimados em Reis da Europa.   

Um profissional extremamente dedicado e versátil que podia preencher, virtualmente, quase todas posições necessárias, o guerreiro nascido em Merseyside foi trazido ao City Ground do Leyton Orient pelo treinador Dave Mackay em outubro de 1973.

Mas somente com a chegada de Clough que Bowyer realmente floresceu como um eficiente meio-campista, estabelecendo no topo da artilharia do clube, com 16 gols, na temporada 1975-76.

Ele só ficou ausente de um jogo da campanha que culminou com a promoção à First Division em 1976-77, mas então foi destituído da titularidade após a chegada de Archie Gemmill na campanha que resultou no título da First Division em 1977-78.



2. Ian Bowyer em ação contra o Manchester City em 27 de novembro de 1982 pela First Division. O Forest venceu a partida por 3 a 0 (Getty Images)


Entretanto, Bowyer provou que era impossível descartá-lo, recuperando uma posição no time na temporada 1978-79, ao marcar o gol que deu a vitória ao Forest nas semifinais da Copa dos Campeões da Europa em Colônia e, consequentemente, figurou nos times que conquistaram a Europa duas vezes seguidas.

Ele se transferiu para o Sunderland em janeiro de 1981 quando Clough começou a reconstruir a sua equipe, mas foi muito bem-vindo de volta um ano depois e, rapidamente, se transformou num inspirador capitão com toda sua experiência a dispor de um jovem time.

Quando Bowyer estava livre, aos 36 anos, ele juntou-se ao Hereford United, em julho de 1987, e partiu com o invejado status de um dos filhos favoritos do Forest.



3. Ian Bowyer, de costas, celebrando o gol de Trevor Francis contra o Malmo, que garantiu a primeira conquista europeia do Forest (Getty Images)


Ficha técnica:

Ian Bowyer

Nascimento: 6 de junho de 1958 em Little Sutton, Ellesmere Port, Inglaterra

Carreira no Nottingham Forest: 1973-1981 e 1982-87

Aparições pelo Nottingham Forest: 562

Gols: 57 *

* When Football Was Football: Nottingham Forest, a nostalgic look at a century of the club - Ivan Ponting ©.



4. Card de Ian Bowyer (eBay)
Tradução: Sandro Pontes

Swansea – A conexão ADO Den Haag

ADO Den Haag é um clube da primeira divisão holandesa, a Eridivisie, que acabou desenvolvendo uma ligação com os Swans ainda em 1979, de maneira, no mínimo, curiosa.

E esta ligação rendeu frutos como torcedores holandeses viajando até Londres para torcer pelos Swans nos play-offs da Championship, jogadores procedentes do ADO Den Haag alcançando sucesso no Sul do País de Gales, além de partidas amistosas entre os clubes.

Maiores detalhes, deste inusitado vínculo, abaixo.

Boa leitura.

1. John Van Zweden (Site Groen Geel Hart)

A ligação do Swansea City com o clube holandês Ado Den Haag (da cidade de Haia) começou em 1979 quando os Swans estavam na Second Divison.

Um jovem torcedor do Ado Den Haag, de 16 anos, chamado John Van Zweden escreveu para o Swansea tendo como objetivo estabelecer uma troca de correspondências regular com torcedores do clube e uma relação duradoura se formou entre as partes a partir daí.

Quando John cresceu ele assumiu a loja de tintas e papel de parede do seu pai, transformando esta numa bem-sucedida empresa de alcance nacional.

2. John Van Zweden segurando um cachecol alusivo aos clubes (Soccerphile)

Então, em 2002, David Morgan, um dos antigos correspondentes de John pediu a Van Zweden que investisse no Swansea – que estava em grandes dificuldades financeiras na ocasião –, ele se viu compelido a ajudar e mais tarde, eventualmente se tornaria diretor do clube.

Desde então o vínculo entre os dois clubes ficou mais forte ainda.

Quando o Swansea encarou o Reading pelo play-off final da Championship em 2011, Van Zwenden assegurou que 400 ingressos estivessem disponíveis para torcedores holandeses que viajaram à Londres para torcer pelos Swans.

3. John Van Zweden exibindo suas tatuagens dos Swans e do ADO Den Haag (Site Soccerphile)

O ADO Den Haag, atualmente disputando a elite do futebol holandês, a Eridivisie, também já forneceu importantes jogadores em anos recentes, incluindo nomes como Ferrie Bodde e Dorus De Vries, ambos chegando ao Sul do País de Gales em 2007.

Os times também se enfrentaram em campo em algumas partidas amistosas de pré-temporada, a mais recente delas em 13 de julho de 2013, na Holanda, quando o Swansea ganhou por 1 a 0 gol de Wayne Rutledge no primeiro tempo.

* Miscelanny, Swans Trivia, Facts & Stats - Chris Carra.

4. Torcedores holandeses que foram apoiar os Swans nos play-offs (BBC)

Tradução: Sandro Pontes

sábado, 29 de junho de 2019

Eric Skeels – Stoke City

Série Grandes Jogadores


Eric Skeels é o jogador com mais aparições, em partidas oficiais, na história dos Potters e passou quase 18 anos em Stoke-on-Trent.


Campeão da Second Division na temporada 1962-63, ele fez parte da grande defesa do Stoke apelidada de “Muro de Waddington” (Tony Waddington foi um grande treinador dos Potters).


Saibam um pouco mais sobre ele ao ler o breve texto abaixo.


Boa leitura

1. Eric Skeels (Getty Images)

Eric Skeels foi o Mr. Stoke City por quase 18 anos. Ele detém o recorde de 592 aparições com a camisa do clube em todas as competições, embora Jock McCue tenha jogado mais partidas no total, mas muitas delas foram no período de guerra e, desta maneira, não são contadas como jogos oficiais.

Conhecido por todos os jogadores como “Alfie” por causa do seu cachorrinho que o seguia a todos os lugares, Skeels era um meio campista defensivo ou um volante de ofício em certas ocasiões, mas se encaixava em quase todas posições do campo durante sua admirável e, frequentemente, discreta carreira.

O seu grande atributo era a regularidade, embora também tivesse um intelecto rápido e grande senso de colocação. Como parte do “Muro de Waddington” Skeels ganhou a medalha de campeão da Second Division na temporada de 1962-63 e foi vice-campeão da League Cup em 1964.

2. Card de Eric Skeels (Amazon)

Mas ele também desempenhou o seu papel na era mais brilhante dos Potters no começo dos anos 1970s.

Skeels só marcou sete gols pelo Stoke, mas o primeiro deles, em agosto de 1962, veio através de um potente chute a 25 metros de distância!

Ao todo Skeels conquistou três títulos com os Potters: um de Second Division (1962-63), uma League Cup (1972) e uma Watney Cup (1973).

3. Time do Stoke, campeão da Second Division em 1962-63 (Beyond the Last Man)

Ficha técnica:
Eric Thomas Skeels

Nascimento: 27 de outubro de 1939 em Eccles, Lancashire, Inglaterra

Carreira no Stoke: 1959-1976

Aparições pelo Stoke: 592

Gols: 7 *

* When Football Was Football: Stoke City, a nostalgic look at a century of the club - Simon Lowe ©.

4. Cards de jogadores famosos com Eric Skeels entre eles (Football Cartophilic Info Exchange)

 Tradução: Sandro Pontes

Aberdeen 2 Real Madrid 1 - Final da Copa dos Vencedores de Copas Europeias

O ápice de um trabalho dirigido por Ferguson num clube médio escocês que suplantou os gigantes locais, Celtic e Rangers, e alcançou a sua maior conquista internacional contra todas as probabilidades.

A conquista contra o poderoso Real Madrid só serviu para pavimentar o mito de Ferguson em Pittodrie antes dele migrar para o sul e imortalizar-se em outro time vermelho.

Conheçam maiores detalhes desta partida épica ao ler o texto abaixo.

Boa leitura.

1. Programa oficial da final torneio (Pinterest)

A fase de quartas de final da Copa dos Vencedores de Copas Europeias da temporada 1982-83 não viu somente a queda do Bayern Munique, mas também do Barcelona, Internazionale e Paris Saint Germain.

De repente o caminho parecia tentadoramente limpo, especialmente quando o Aberdeen encarou o Waterschei na semifinal. O time belga se recuperou de um uma desvantagem de dois gols para eliminar o PSG e lhe deveria ser dado o devido respeito.

De uma vez por todas, este pequeno time provincial que nunca havia ganho o campeonato belga, estava lá para decidir uma passagem à final.

Sair perdendo por dois gols logo nos quatro primeiros minutos de partida foi um golpe do qual o Waterschei não conseguiu se recuperar possibilitando ao Aberdeen disputar sua primeira final europeia.

No papel, Real Madrid versus Aberdeen, pareceu a maior disparidade de todos os tempos. O seis vezes campeão europeu contra o duas vezes campeão escocês, os multimilionários da Espanha contra um singelo e bem administrado clube onde a maioria do time não custou nada.

2. Eric Black marcando o seu gol na partida (Getty Images)

O Real Madrid era dirigido por um dos seus maiores jogadores, Alfredo Di Stefano. Do seu ponto de vista, encarar o Aberdeen era uma faca de dois gumes.

O Real deveria vencer, desde que ele pudesse se proteger contra um relaxamento natural do seu time. Seria o mesmo para o Aberdeen ao disputar uma final contra um Raith ou um Airdrie.

Ao lado do holandês Metgod e do alemão Stielike o Real estava recheado de jogadores da Seleção da Espanha. Camacho e Santilana tinham ambos encarado a Inglaterra na Copa do Mundo de 82.

Ferguson jogou com todas táticas psicológicas que conhecia. Em favor dos Dons estava o local, Gotemburgo, facilmente acessível a partir da Escócia, que ficaria a uma distância e meia de viagem saindo da Espanha.

A distância, acrescida de um adversário sem tradição, encorajou um mero punhado de torcedores espanhóis a fazer a viagem. O Ullevi Stadium se tornou Pittodrie por um dia.

3. John Hewitt comemorando o seu gol que deu o título aos Dons (Getty Images)

Jock Stein foi convidado para adicionar a sua enorme experiência à causa do Aberdeen.

O terceiro “acréscimo” foi a temperatura: horas de chuva no período que antecedeu a partida deixaram o gramado encharcado e empoçado, condições com as quais os jogadores dos Dons estavam mais familiarizados que os do Real, ainda que não estivesse ao agrado de malandros como Strachan e Weir.

No fim, é claro, tudo se resumia aos jogadores. A perda de Stuart Kennedy, por causa de uma lesão no joelho na Bélgica, significava que Doug Rougvie jogaria pela lateral direita e John McMaster pela esquerda.

Ambos atuaram tão bem que Kennedy mal fez falta. O fascinante driblador, Dougie Bell, também fazia falta embora, em retrospectiva, o gramado encharcado pode ter prejudicado a sua contribuição.

O primeiro lance viu Erick Black inclinar o corpo acrobaticamente para desferir um potente voleio que acertou a trave superior de Augustin, em cruzamento longo de Strachan.

4. Fergie correndo para comemorar após o apito final (Getty Images)

Não se sabia se deveria ficar maravilhado pela forma física ou amaldiçoar sua má sorte. Chances como aquela provavelmente seriam escassas, e aquela foi desperdiçada.

A discussão foi sepultada quando o Aberdeen marcou o primeiro gol. Foi um gol estranho. A cabeçada de McLeish foi desviada na direção de Black, que se virou desajeitadamente e empurrou a bola para dentro do gol na pequena área. A TV sugere que Black calculou mal a sua posição, quase estragando o lance por impedimento.

Mas o Aberdeen teve o seu gol validado e, pela evidência do que havia se passado até o momento, esta vantagem era merecida ao melhor time em campo. O Real criou poucas oportunidades para marcar e o seu gol de empate não foi por méritos próprios, mas às condições, que o Aberdeen reconheceu como favoráveis.

O passe para trás de McLeish travou bruscamente na grama molhada, Leighton derrubou Santillana e Juanito marcou de pênalti. Isso seria um problema se pensarmos que, sob as regras atuais, Jim Leighton teria sido expulso pela falta cometida.

Para McLeish, cujo maravilhoso gol no final da copa escocesa ajudou a tornar tudo isso possível, seu erro deve tê-lo deixado próximo ao desespero. Se o Aberdeen tivesse pedido, ele ficaria inconsolável.

5. O time com o troféu conquistado (Getty Images)

O Aberdeen foi o melhor time no segundo tempo, mas apesar dos esforços de Weir e McGhee o placar não se alterou. A prorrogação viu a saída de Black para a entrada do super reserva Hewitt.

A oito minutos da decisão por pênaltis, que o Real Madrid confiantemente esperava vencer, Peter Weir passou por dois jogadores pela ala esquerda. Ele girou e tocou a bola na direção de McGhee, cujo cruzamento pegou Augustin fora da pequena área. O goleiro, por centímetros, não conseguiu interceptar a bola que, na corrida, foi cabeceada por John Hewitt para as redes vazias.

O Real Madrid só ameaçou mais uma vez quando numa cobrança de falta, que Salguero chutou com força perto do canto direito baixo da meta defendida por Leighton.

Então estava tudo acabado! Jogadores e torcedores se entregaram a comemorações sem paralelo na história do Aberdeen FC. Para John Hewitt, cujo gol-relâmpago em Motherwell definiu uma série de acontecimentos, teria um lugar especial no Hall da Fama de Pittrodie.

Assim como o Celtic em 1967 e os Rangers em 1972, a glória europeia do Aberdeen foi conquistada com um time composto inteiramente por escoceses.

6. Fergie erguendo a taça com um assistente (Getty Images)

Os Dons receberam somente um cartão amarelo ao longo das onze partidas disputadas.

Era a cereja no bolo do Aberdeen. O monopólio de seis anos dos clubes ingleses em competições europeias estava quebrado, permitindo ao Aberdeen ser o centro das atenções. Foi óbvio que a final da Copa dos Vencedores de Copas foi televisionada para 42 países da Europa, menos para a Inglaterra.

“O Aberdeen tinha o que o dinheiro não pode comprar – uma alma – um espírito de time feito na tradição da família.” Alfredo Di Stefano, treinador do Real Madrid.

Você sabia? Do time que ganhou a Copa dos Vencedores de Copas, seis estavam no Aberdeen antes de Ferguson – Leighton, Rougvie, McMaster, McLeish, Miller e Strachan.

Somente três jogadores foram comprados – Strachan, McGhee e Weir – o que significou que o time todo custou menos de £400.000.

7. Bus Parade da vitória pelas ruas de Aberdeen (Alamy Stock Photos)


Ficha técnica da partida:


Aberdeen 2 (Eric Black, John Hewitt) Real Madrid 1 (Juanito)


Final da Copa dos Vencedores de Copas Europeias


11 de maio de 1983


Local: Nya Ullevi


Público: 17.804


Aberdeen: Jim Leighton, Doug Rougvie, Alex McLeish, Willie Miller (capitão), John McMaster, Neale Cooper, Gordon Strachan, Neil Simpson, Peter Weir, Eric Black (John Hewitt), Mark McGhee.


Real Madrid: Agustín, Juan José, John Metgod, Paco Bonet, José Antonio Camacho (Isidoro San José), Ángel, Ricardo Gallego, Uli Stielike, Isidro (Pepe Salguero), Juanito (capitão), Santillana. *

* Aberdeen, The European Era – 1966-96. Clive Leatherdale ©.

8. Capa do livro
Tradução: Sandro Pontes

Wolves neste dia