quarta-feira, 31 de julho de 2019

Liverpool na Uefa Supercup


Série Fatos e Curiosidades

Como atual campeão da Champions League os Reds enfrentarão os Blues londrinos, atual vencedor da Europa League, pela Uefa Supercup na Istambul de doces lembranças em 14 de agosto próximo, no Vodafone Park, pertencente ao Beşiktaş.

Vale destacar que não se trata do mesmo estádio do chamado “Milagre de Istambul”, aquele estádio da final da Champions League de 2005 se chama Atatürk Olympic Stadium.

Aproveitando a ocasião vamos relembrar a participação do Liverpool nas decisões anteriores.

Boa leitura.

1. Programa oficial da partida do próximo dia 14 (Site Liverpool)

A competição foi disputada pela primeira vez em 1972 e, na sua fase inicial, era jogada em partidas de ida e volta, somente a partir de 1998 ela passou a ser decidida em partida única.

Os Reds já disputaram a Uefa Supercup em cinco ocasiões anteriores e levaram a melhor em três delas e ainda deixaram de jogar em 1981 por falta de datas disponíveis.

Descubram maiores detalhes ao ler o texto abaixo.

Boa leitura.

2. Jimmy Case conversando com Kevin Keegan, então no Hamburgo no segundo jogo da Uefa Supercup em Anfield (Getty Images)

Super clube, Supercopa

O Liverpool disputou a Uefa Supercup em cinco ocasiões. Originalmente, a partida era entre o campeão da Copa dos Campeões e o vencedor da Copa dos Vencedores de Copas Europeias, embora atualmente ela é disputada entre os vencedores da Champions League e da Copa da Uefa (atualmente Europa League).

A primeira aparição em uma Uefa Supercup foi em 1977, quando eles jogaram com o Hamburgo (que incluía o recém saído de Anfield, Kevin Keegan) e ganharam por 7 a 1 no placar agregado.

Abaixo a lista completa dos jogos:

3. Ingresso e programa oficial partida entre os Reds e a Juve (eBay)

22 de novembro de 1977 – Volksparkstadion - Hamburgo 1 Liverpool 1;

6 de dezembro de 1977 – Anfield - Liverpool 6 Hamburgo 0 (placar agregado 7 a 1);

4 de dezembro de 1978 - Emile Versé Stadium – Anderlecht 3 Liverpool 1;

19 de dezembro de 1978 - Anfield - Liverpool 2 Anderlecht 1 (placar agregado 3 a 4);

4. Michael Owen foi o Homem da Partida na final contra o Bayern Munique (Getty Images)

16 de janeiro de 1985 - Stadio Comunale - Juventus 2 Liverpool 0*;

24 de agosto de 2001 - Stade Louis II – Bayern Munique 2 Liverpool 3;

26 de agosto de 2005 - Stade Louis II – Liverpool 3 CSKA Moscow 1 (após a prorrogação);

14 de agosto de 2019 - Vodafone Park – Liverpool ? Chelsea ?

* O Liverpool não conseguiu uma data livre para disputar a segunda partida. Excesso de partidas também impediram o clube de disputar o troféu da Supercopa de 1981, contra o Dinamo Tbilisi.

The Liverpool Miscelanny - Leo Moynihan ©.

5. Time dos Reds com a taça recém-conquistada frente ao CSKA Moscow (Getty Images)

Tradução: Sandro Pontes

Nottingham Forest – Irmãos em ação

São poucos os irmãos a jogar por clubes ou seleções, por exemplo, como foi o caso dos irmãos holandeses Frank e Ronald De Boer.

O Forest também teve irmãos que atuaram pelo time, mas a curiosidade é que eles não chegaram a jogar juntos na mesma equipe!

Conheçam um pouco mais sobre os irmãos Dawson: Andy, Kevin e Michael, ao ler o breve texto abaixo.

Boa leitura.

1. Michael Dawson (Mathew Ashton/EMPICS/Getty Images)

Oh, irmão!

Houve poucos irmãos que jogaram pelo Forest, na verdade somente um conjunto de três irmãos jogou pelo clube. Andy, Kevin e Michael Dawson, entretanto, nunca jogaram juntos na mesma equipe.

Todos os três nasceram em Northallerton, North Yorkshire: Andy em 20 de outubro de 1978, Kevin em 18 de junho de 1981 e Michael em 18 de novembro de 1983.

Lateral esquerdo, Andy fez apenas uma aparição pelo Forest antes de se transferir para o Scunthorpe United e, depois, Hull City, onde ele jogou em todas as divisões até a Premiership.

2. Kevin Dawson em ação pela equipe Sub 19 do Forest (John Walton/EMPICS/Getty Images)

Kevin foi um zagueiro central que fez 11 aparições com a camisa dos Reds antes de ser vendido ao Chesterfield em 2002 e, depois disso, jogar por times amadores (times sem Liga).

Michael, também um defensor central, apareceu no time titular do Forest em 2002 e logo formou uma excelente dupla com o veterano Des Walker.

Michael era um defensor viril, mas leal e também tinha uma excelente distribuição de jogo para um jogador da sua posição e estava claro que ele estava destinado a conquistar grandes coisas que o Forest não conseguiria fornecer naquele tempo.

3. Andy Dawson em ação pelo Forest durante um amistoso com o Notts County em 4 de agosto de 1998. O Forest ganhou o jogo por 5 a 0 (Getty Images)

Ele assinou com o Tottenham no dia final da janela de transferências de 2005 por £8 milhões e mais a ida de Andy Reid para os Reds.

Sua carreira foi afortunada em White Hart Lane e, finalmente, ele fez parte da equipe da Inglaterra que disputou a Copa de 2010, no lugar do machucado Rio Ferdinand. *

* Nottingham Forest Miscellany - Pete Attaway.

4. Michael Dawson em ação pela Inglaterra (Joe Giddens/EMPICS/Getty Images)

Tradução: Sandro Pontes

West Ham 2 Fulham 0 - Decisão da FA Cup 1975



Noutro dia vocês tiveram a visão dos vice-campeões da FA Cup de 1975, o Fulham, agora é a vez de termos o ponto de vista dos vencedores, o West Ham.

Algo que vocês irão reparar é que, em grande parte a narrativa é dedicada ao grande Bobby Moore que durante muitos anos defendeu as cores dos Hammers e, nesta ocasião, fazia a sua última partida como jogador de futebol profissional.

E tem mais um fato, este é superinteressante (e isto não está no livro, acabamos encontrando depois durante a pesquisa de imagens): o time vencedor do West Ham foi a última equipe a contar com um plantel formado em sua totalidade por jogadores ingleses que se sagrou campeã.

Aliás isto está cada vez mais improvável de voltar a se repetir, com a abertura do mercado e o poderio financeiro dos clubes para contratar os melhores jogadores ao redor do planeta. Ponto para os Hammers!

Outra observação e que, inclusive, vai merecer um breve apanhado de acontecimentos ligados à história global ou da britânica, pois o escritor deste livro de onde se tiram as histórias das partidas dos Hammers sempre faz uma breve descrição dos acontecimentos cotidianos da época e, como muitos de vocês são leitores jovens, achamos por bem explicar para que não se sintam deslocados durante a leitura (especialmente no começo).

Feito isso vamos a alguns fatos listados que não fazem parte do cotidiano/conhecimento futebolístico:

Guerra do Vietnã: a Guerra do Vietnã (português brasileiro) ou Guerra do Vietname (português europeu), também conhecida como Segunda Guerra Indochina chamada no Vietnã de Guerra de Resistência contra a América ou simplesmente Guerra Americana, foi um grande conflito armado que aconteceu no Vietnã, Laos e Camboja de 1º de novembro de 1955 até a queda de Saigon em 30 de abril de 1975.

Foi a segunda das Guerras da Indochina e foi oficialmente travada entre o Vietnã do Norte e o governo do Vietnã do Sul. O exército norte-vietnamita era apoiado pela então União Soviética, China e outros aliados comunistas, enquanto os sul-vietnamitas eram apoiados pelos Estados Unidos, Coreia do Sul, Austrália, Tailândia, e outras nações anticomunistas pelo Mundo.

Watergate: O caso Watergate foi um escândalo político ocorrido na década de 1970 nos Estados Unidos que, ao vir à tona, acabou por culminar com a renúncia do presidente Richard Nixon, eleito pelo Partido Republicano.

Cerco ao Spaghetti House: o cerco ao restaurante Spaghetti House começou no fim da tarde de 28 de setembro de 1975 em Knightsbridge, Londres. Franklin Davies, um estudante nigeriano, liderando dois outros homens armados, Anthony Munroe e Wesley Dick, numa tentativa de assalto à mão armada ao Spaghetti House, onde os responsáveis pela rede estavam reunidos para pagar os salários da semana com uma quantia de aproximadamente £13.000.

Quando a tentativa de assalto não funcionou como o planejado, nove funcionários italianos foram feitos de reféns e levados para o subsolo, mas outro, que não havia sido visto, conseguiu escapar e deu o alarme, iniciando o cerco de seis dias, até os bandidos se renderem.

Atentado ao Hotel Hilton: em 5 de setembro de 1975 uma bomba explodiu no lobby do Hotel Hilton em Park Lane, Londres, matando duas pessoas e ferindo 63. O atentado foi assumido pelo IRA.

IRA: o Exército Republicano Irlandês, mais conhecido como IRA (Irish Republic Army, no original), foi um grupo paramilitar católico e reintegralista, que pretendia separar a Irlanda do Norte do Reino Unido e reanexá-la à República da Irlanda.

Acidente da Estação Moorgate: ocorrido em 28 fevereiro de 1975, no metrô de Londres, na estação de Moorgate, um erro de condução provoca a morte de 43 pessoas e centenas de feridos.

Boa leitura.

1. Pôster da equipe do West Ham finalista da Fa Cup 1975 (Pinterest)

Uma vitória é sempre uma vitória

Em 1975 o resto do mundo se via arrastado pela Guerra do Vietnã, o escândalo de Watergate ameaçava derrubar um presidente americano, o país foi pego de surpresa pelo cerco ao restaurante Spaghetti House, o IRA explodiu o London Hilton Hotel e o acidente do metrô na estação de Moorgate que trouxe a tragédia a muitas famílias do Leste de Londres.

Agora falando de acontecimentos mais amenos, Ali derrotou Frazier no “suspense de Manila”, o Leeds perdeu a final da Copa dos Campeões da Europa numa controversa final contra o Bayern Munique e, liderado por Dave Mackay, o ex-ídolo dos Spurs, o Derby County ganhou o seu segundo título da First Division, repetindo o feito alcançando por Brian Clough quatro anos antes.

1975 foi um ano muito difícil como um todo, mas o futebol permaneceu popular como sempre, contudo o lado mais desagradável do jogo regularmente mostrou sua cara feia.

A final da FA Cup daquele ano trouxe alívio para dois dos clubes menos em moda quando, contra todas as expectativas, West Ham e Fulham fizeram a final da FA Cup de 1975.

O velho estádio de Wembley recepcionou a ocasião, mas agora ele era uma maltrapilha e degradada lembrança do seu anterior passado de glórias. Entretanto, este fato não deve ter perturbado um único espectador dos 100.000 que compareceram ao campo para a final da FA Cup de 1975.

Ambos os clubes de futebol eram verdadeiramente antiquados. Os Hammers eram famosos pela sua torcida apaixonada nos arredores de East End e em Essex, embora o glamour do time dos anos 1960s estivesse desaparecendo rápido.

Os seus oponentes tinham um belo campo próximo ao rio, mas eles viviam à sombra do seu badalado vizinho, o Chelsea. O clube podia reclamar o status de celebridade através de seu presidente Tommy Trinder e Johnny Haynes, um dos maiores jogadores de todos os tempos do pós-guerra da Inglaterra.

Nenhum dos clubes atraíam a atenção da mídia como o Leeds, o Liverpool, o Manchester United ou o Arsenal, mas os clubes tinham personagens em abundância. A final da FA Cup foi uma decisão para românticos.

Os dois treinadores dos clubes, Ron Greenwood e Alex Stock, respectivamente, eram teóricos muito bem respeitados e que representavam os maiores ideais do futebol.


2. Times entrando em campo para a grande final (Site Fulham)


Greenwood, um cristão praticante, foi o fundador da famosa Academia de Upton Park e mais tarde se tornaria treinador da Inglaterra. Ele havia ganho a Copa dos Vencedores de Copas Europeias com os Hammers e tirou o melhor dos três heróis da Copa do Mundo que jogavam em Upton Park.

Stock, impiedosamente parodiado por Paul Whitehouse no programa humorístico Fast Show, foi menos bem-sucedido na sua carreira. Mas, apesar de seu time estar na Second Division naquela temporada, Stock manteve sua posição como um dos melhores treinadores, tendo comandado nomes ilustres como Jimmy Hill, Tosh Chamberlain, Bobby Robson e Johnny Haynes.

Moore, como era cabível ao seu status, tinha um quarto só para ele no hotel do Fulham na frondosa Hadley Wood. Na noite anterior à partida ele dormiu bem e acalmou os seus companheiros mais jovens um pouco nervosos.

Ele disse aos jovens do Fulham que o time do West Ham era o franco favorito, mas que isso não os deveria preocupa-los e que eles fizessem o seu melhor. Sua presença no time do Fulham era uma clara vantagem psicológica para se levar ao jogo. A visão do seu lendário ex-capitão no túnel certamente mexeria com os nervos de alguns jogadores dos Hammers.

Moore, com 34 anos, fez sua própria preparação antes do jogo, seu calção ficando por último como sempre. Contando piadas aos jogadores do West Ham no túnel, ele caminhou a passos largos para ganhar o aplauso do agradecido público de Wembley.

O ex-capitão da Inglaterra jogou bem, mas ele não pôde evitar os erros do goleiro que custaram o jogo (e o título) – “malditos goleiros”, ele diria após o jogo. Mais tarde ele deve ter olhado para sua medalha de perdedor com um sorriso irônico – ele não havia recebido muitas dessas na sua carreira.

Apesar das implicações românticas, na realidade a final de 1975 foi contestada por dois times modestos. O Fulham estava na velha Second Division e, embora o West Ham estivesse na First Division, eles apenas ganharam 13 dos seus 42 jogos de Liga na temporada.

Mas por um capricho da FA Cup foram à final dois times que, apesar da sua modesta forma, fizeram inteiramente por merecer o seu lugar na decisão de Wembley.

Os Hammers despacharam o Southampton na Terceira Rodada e o Swindon Town na Quarta, após um replay. A Quinta Rodada trouxe uma rotineira vitória sobre o Queen’s Park Rangers antes do ponto alto da campanha da FA Cup de 1975, uma impressionante vitória de 2 a 0 sobre o Arsenal em Highbury.

 
3. Billy Bonds, capitão dos Hammers, troca cumprimenta Alan Mullery, capitão dos Cottagers (Site Fulham)

O nome do West Ham parecia que estava destinado a figurar na decisão da Copa daquele ano. Uma semifinal contra o bom time do Ipswich Town seguiu, com o homem que seria o herói da final, Alan Taylor, marcando duas vezes num muito disputado replay. Os Hammers estavam de volta a Wembley após dez anos ausentes.

Com três jogos contra o Hull City e quatro contra o Nottingham Forest na sua rota até a final em Wembley, o Fulham garantiu o seu lugar da maneira mais difícil. O Birmingham City travou uma dura batalha para tentar negar ao time do Fulham o seu lugar na grande final, mas eles prevaleceram na vitória por 1 a 0 no replay.

Como já havia se tornado tradição, ambos os grupos de jogadores apareceram no gramado de Wembley uma hora antes do início da partida vestidos com os seus caros ternos dos clubes.

Um a um eles foram entrevistados pelas equipes de rádio e de televisão. Um jogador decidiu perder a oportunidade de responder às mundanas questões “o que você acha...” feitas pela imprensa – Bobby Moore estava em lugar nenhum. Quando perguntado acerca do paradeiro do grande homem, Alan Mullery explicou que ele estava tirando uma soneca no vestiário. Claramente Moore estava poupando suas energias para a partida.

Os torcedores do West Ham dedicaram uma grande ovação a Moore, o homem responsável por trazer tanta distinção aos Hammers, e que fora tratado de forma tão mesquinha por este mesmo clube, finalmente pôs os pés em campo para sua última partida em seu amado Wembley.

A presença de Moore motivou o time do Fulham, como Billy Bonds previra que assim seria, e o time do oeste de Londres dominou o começo do primeiro tempo.

Duas perigosas cabeçadas de Conway, aproveitando cobranças de escanteio, passaram muito perto da meta dos Hammers antes de um chute de longa distância de Brooking passar rente à trave dos Cottagers. Um primeiro tempo equilibrado deixou os torcedores dos Hammers ansiosos e os do Fulham esperançosos.

Os londrinos do leste tinham toda razão em acreditar que eles poderiam vencer. Um meio de campo contendo Bonds, Brooking, Graham Paddon e Patsy Holland poderia jogar por qualquer time renomado, mas eles não estavam conseguindo se impor ao humilde Fulham. Não houve sinal, no primeiro tempo do clássico, durante o transcorrer do jogo, da Academia do West Ham.

Mas com o desenrolar do segundo tempo lenta, mas decididamente, a categoria do West Ham começou a se impor quando os Hammers conseguiram controlar o ritmo do jogo pela primeira vez.

 
4. Alan Taylor celebrando o seu segundo gol na partida (Getty Images)

Uma reviravolta, que agora parecia inevitável. E então finalmente chegou o grande momento: o goleiro do Fulham espalmou um chute de meia distância de Bill Jennings quando ele poderia ter agarrado a bola. O rebote foi graciosamente pego por Alan Taylor que chutou a bola e esta passou pelo meio das pernas de Mellor e então a torcida dos Hammers começou a relaxar, se ainda não havia começado a comemorar.

Quatro minutos depois a celebração da torcida se tornou mais séria quando Taylor tirou proveito de outro erro do goleiro adversário para marcar outro gol quase idêntico ao primeiro. Desta vez Mellor rebateu uma bola chutada por Graham Paddon bem nos pés de Taylor que, mais uma vez aproveitou o rebote e mandou a bola às redes do atônito goleiro.

Apesar da corajosa liderança de Moore e da persistência de Mullery o Fulham não tinha mais nada a fazer para reverter a situação.

Os dois capitães da Inglaterra ficaram frustrados quando eles souberam que Billy Bonds estava sentindo uma lesão e a defesa dos Hammers estava desprotegida, temendo ser atacada.

Felizmente Frank Lampard sênior estava num dos seus melhores dias, energicamente cobrindo os seus companheiros e ganhando dividida após dividida. Conforme os minutos passavam os torcedores sabiam que a taça estava bem encaminhada para Boleyn.

Em última análise era uma vitória de rotina para os favoritos, e não seria o final dos sonhos para Bobby Moore, que passou despercebido e quietamente após o término do jogo, deixando o West Ham com o seu triunfo.

Naquele dia, dois jogadores se destacaram, mas por diferentes motivos. Alan Taylor somente havia se juntado ao time do leste de Londres no outono de 1974, vindo do Rochdale. Ron Greenwood voluntariamente pagou £40.000 pelo jovem, que logo se tornou conhecido como “Sparrer” pelos seus colegas.

O jogador de 21 anos não poderia imaginar a temporada de sonho que esta seria para ele. Ele marcou duas vezes nas quartas de final contra o Arsenal e mais dois na semifinal contra o Ipswich Town antes dos seus dois gols em Wembley garantirem que a taça da FA Cup de 1975 fosse adornada com as cores grená e azul do West Ham United.

A carreira de Taylor deu uma guinada incrível na temporada 1974-75 quando ele veio da Fourth Division e acabou se tornando o herói dos Hammers em Wembley num espaço de poucos meses. Os torcedores do West Ham tinham todas as razões para pensar que eles haviam encontrado o seu centroavante para os próximos dez anos – aqui estava o sucessor de Geoff Hurst e Johnnie Byrne reunidos em um só.

5. Jogadores comemorando a conquista em campo (Getty Images)


Infelizmente a final com o Fulham provou ser o auge da carreira de Taylor, pois ele perdeu a forma exuberante daquela temporada e ela nunca mais retornou. Sua carreira se consumou e definhou tão rápido quanto decolou. Mas ele nunca será esquecido pelos torcedores dos Hammers pelas suas façanhas na campanha da FA Cup de 1975.

Patsy “Dutch” Holland é um dos jogadores preferidos de todos os tempos do West Ham. Abençoado com a habilidade de Brooking e a perícia e a ginga de Devonshire, Holland tinha um jeito especial que fez ele ganhar o respeito dos seus companheiros de time.

Holland costumava visitar escolas nos anos 1980s para ensinar jovens promissores, e as crianças o adoravam por isso. Billy Bonds reconhecia as qualidades de Dutch e, como capitão, nutria respeito pelo meio campista.

Em sua autobiografia Bonds escreveu: “Patsy estava entre as primeiras opções de pessoa que eu queria ao meu lado em qualquer time. Ele tinha muito mais habilidade do que lhe era creditada, além de ter um fôlego que lhe permitiria correr o dia inteiro”.

Ele foi uma figura-chave na equipe de 1975, Holland foi sacado do time que jogou a final da FA Cup de 1980. Bonds fez o seu melhor para consolar o desolado jogador, que estava quase às lágrimas no hotel do time. Mas com sua típica generosidade de espírito, Holland rapidamente se recuperou em tempo para aplaudir o seu time.

A final de 1975 foi o ápice da carreira de Dutch, pois finais de Copas são para jogadores com suas qualidades de corredor incansável, divididas fortes e marcação cerrada. A comparação mais próxima que pode ser feita sobre as características de Holland é Alan Ball – o que era bom demais!

Billy Bonds foi outro herói de 1975. Ele foi para o jogo mesmo sentindo uma lesão no joelho e o seu recorrente incômodo na virilha. No Royal Box, Bonds ergueu a taça da FA Cup em tributo aos heróis improváveis como Holland e para a maioria daqueles milhares de torcedores que estavam abaixo comemorando.

Os torcedores sabiam que eles tinham um time e estavam frustrados porque eles não jogaram tão bem quanto poderiam na final. Os fiéis de Boleyn estavam desesperados pelo sucesso. Eles também sabiam que a FA Cup fornecia a sua única esperança palpável de conquista. Desta vez eles ganharam, negando um final de contos de fadas ao seu maior jogador de todos os tempos em sua carreira estelar.

Este ano não viu uma clássica temporada do West Ham digna de um clube de grande tradição, mas uma vitória é uma vitória, e esta foi na final da FA Cup.

6. Celebração no Newham Town Hall no dia seguinte após a conquista. Da esquerda para direita: Alan Taylor, segura o troféu ao lado de Trevor Brooking e do capitão Billy Bonds (Getty Images)

Ficha técnica da final:

West Ham 2 (Alan Taylor - 2) Fulham 0

Local: Wembley

Data: 3 de maio de 1975

Público: 100.000

West Ham: Mervyn Day, John McDowell, Frank Lampard, Billy Bonds, Tommy Taylor, Kevin Lock, Billy Jennings, Graham Paddon, Alan Taylor, Trevor Brooking, Patsy Holland (Bobby Gould).

Fulham: Peter Mellor, John Cutbush, John Fraser, Alan Mullery, John Lacy, Bobby Moore, John Mitchell, Jim Conway, Viv Busby, Alan Slough, Les Barrett. *

*West Ham’s 30 memorable matches -  Philip Stevens ©.

7. Capa da revista World Soccer com Billy Bonds (Pinterest)

 Tradução: Sandro Pontes

Martin Buchan – Manchester United


Série Grandes Jogadores

Martin Buchan foi um dos zagueiros mais técnicos a atuar pelo Manchester United.

Vindo de uma família de futebolistas, ele capitaneou o Aberdeeen na conquista da Scottish Cup em 1970, o mais jovem capitão a fazer isso naquele país.

Anos depois ele capitanearia os Red Devils na conquista da FA Cup de 1977, o primeiro jogador a capitanear um time vencedor em copas na Escócia e na Inglaterra.

Descubram maiores detalhes da passagem de Buchan em Old Trafford ao ler o texto abaixo.

Boa leitura.

1. Martin Buchan (Getty Images)

Havia certa elegância no estilo de jogo de Martin Buchan que poucos zagueiros conseguiam igualar nos anos 1970s.

O seu modo refinado de jogar durante suas 12 temporadas no Manchester United, seis delas na condição de capitão do time, ajudou o time a se recuperar da queda para a Second Division à conquista da FA Cup.

Estes foram tempos difíceis para ser um jogador do United, mas o escocês manteve o time unido por muito tempo enquanto o clube procurava outra personalidade forte para guiar o time na era pós Matt Busby.

Buchan nasceu em 1949 em Aberdeen, onde o time local o contratou-o como profissional 16 anos mais tarde. O jovem Buchan fazia parte de uma dinastia de jogadores de futebol: o seu pai e o seu irmão também jogaram pelo Aberdeen e o seu filho faria o mesmo anos depois.

Como um defensor rápido e inteligente, a carreira de Buchan no Aberdeen foi meteórica. Em 1970, com apenas 21anos, ele ergueu o troféu da Scottish Cup como capitão dos Dons se tornando, desta maneira, o mais novo capitão a liderar um time vencedor de copas na Escócia.

Dois anos depois Frank O’Farrel o contratou para o United por £125.000 esperando que ele fosse uma peça fundamental na defesa dos Red Devils.

O United também contratou o seu irmão George junto aos Dons, mas ele foi menos bem-sucedido e só viria a jogar três partidas pela Liga e outra solitária aparição pela League Cup na temporada 1973-74.

2. Martin Buchan em ação contra Kevin Keegan na final da FA Cup de 1977 (Getty Images)

Entretanto, Martin alcançou o seu objetivo ao estabilizar a defesa do Manchester United, em que pese ele não ter conseguido evitar a queda do time para a Second Division na sua segunda temporada em Old Trafford.

Ele iniciou cada uma das partidas do United nas duas primeiras temporadas e o seu nível de consistência, combinada com sua tranquilidade quando sob pressão e precisão nos desarmes, vieram a marca-lo como um dos jogadores mais excepcionais na posição da história do clube.

Com O’Farrel sendo substituído por Tommy Docherty, o novo treinador, Buchan permaneceu no time que havia sido rebaixado, mesmo tendo ofertas para sair.

Quando o United foi bem-sucedido em garantir o seu retorno imediato à First Division, a defesa tinha desempenhado um papel extraordinário, concedendo apenas 30 gols durante a temporada completa.

Sob o comando de Docherty as coisas melhoraram para Buchan: o United conquistou a FA Cup de 1977, embora este tenha siso o único troféu conquistado por Buchan pelo clube.

Novamente Buchan fez história ao ser o primeiro jogador a capitanear um time vencedor de copas tanto na Escócia quanto na Inglaterra.

Mas, a partir deste momento, começaram a surgir as lesões, bem como jogar para diferentes treinadores, que se revezaram no comando do United, pois Docherty foi substituído por Dave Sexton e depois daria lugar a Ron Atkinson.

3. Martin Buchan erguendo o troféu recém-conquistado (Getty Images)

Conforme sua carreira se aproximava do fim as lesões começaram a roubar um pouco da sua destreza e velocidade que foram sua marca registrada, mas Buchan conseguiu compensar esta perda com um senso ainda melhor de colocação.

Suas 456 aparições e quatro gols (o melhor dos quais foi um golaço contra o Everton em setembro de 1978) vieram numa época que não reflete os melhores anos do United, mas Buchan certamente foi um dos jogadores líderes dos anos 1970s e teve significativo reconhecimento internacional com suas 34 aparições feitas pela Escócia entre 1971 e 1978.

Ele também disputou duas copas do mundo e capitaneou a seleção escocesa em duas ocasiões.

Ele deixou o United em agosto de 1983 para jogar duas temporadas com o Oldham Athletic, onde fez 28 aparições durante o período.

Em 22 de junho de 1985, Buchan foi indicado como treinador do Burnley, que tinha acabado de ser rebaixado à Fourth Division pela primeira vez em sua história – 25 anos depois de ter sido campeão da First Division. Buchan durou menos de quatro meses no cargo em Turf Moor, renunciando ao comando do time em 10 de outubro de 1985.

Atualmente ele trabalha na Associação dos Jogadores Profissionais em Manchester.

4. Disco comemorativo ao feito dos Red Devils com narração dos melhores momentos do jogo (Discogs)

Ficha técnica:

Martin McLean Buchan

Nascimento: 6 de março de 1949 em Aberdeen, Escócia

Estreia: 4 de março de 1971 contra o Tottenham Hotspur

Posição: zagueiro central

Aparições pelo Manchester United: 456

Gols pelo Manchester United: 4

Aparições pela Escócia: 34

Gols pela Escócia: 0

Temporadas no Manchester United: 1971-72/1982-83

Clubes: Aberdeen, Manchester United, Oldham Athletic *

* The Official Encyclopedia of Manchester United - Ross Biddiscombe, Patrick Curry e Jonathan Hayden ©.

5. Card de Martin Buchan (Premier Football Cards)

Tradução: Sandro Pontes

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