Noutro dia vocês tiveram a visão dos vice-campeões
da FA Cup de 1975, o Fulham, agora é a vez de termos o ponto de
vista dos vencedores, o West Ham.
Algo que vocês irão reparar é que, em grande parte
a narrativa é dedicada ao grande Bobby Moore que durante muitos anos defendeu
as cores dos Hammers e, nesta ocasião, fazia a sua última partida como jogador
de futebol profissional.
E tem mais um fato, este é superinteressante (e
isto não está no livro, acabamos encontrando depois durante a pesquisa de
imagens): o time vencedor do West Ham foi a última equipe a contar com um
plantel formado em sua totalidade por jogadores ingleses que se sagrou campeã.
Aliás isto está cada vez mais improvável de voltar
a se repetir, com a abertura do mercado e o poderio financeiro dos clubes para
contratar os melhores jogadores ao redor do planeta. Ponto para os Hammers!
Outra observação e que, inclusive, vai merecer um
breve apanhado de acontecimentos ligados à história global ou da britânica,
pois o escritor deste livro de onde se tiram as histórias das partidas dos
Hammers sempre faz uma breve descrição dos acontecimentos cotidianos da época
e, como muitos de vocês são leitores jovens, achamos por bem explicar para que
não se sintam deslocados durante a leitura (especialmente no começo).
Feito isso vamos a alguns fatos listados que não
fazem parte do cotidiano/conhecimento futebolístico:
Guerra do Vietnã: a Guerra do Vietnã (português
brasileiro) ou Guerra do Vietname (português europeu), também conhecida como
Segunda Guerra Indochina chamada no Vietnã de Guerra de Resistência contra a
América ou simplesmente Guerra Americana, foi um grande conflito armado que
aconteceu no Vietnã, Laos e Camboja de 1º de novembro de 1955 até a queda de
Saigon em 30 de abril de 1975.
Foi a segunda das Guerras da Indochina e foi
oficialmente travada entre o Vietnã do Norte e o governo do Vietnã do Sul. O
exército norte-vietnamita era apoiado pela então União Soviética, China e
outros aliados comunistas, enquanto os sul-vietnamitas eram apoiados pelos
Estados Unidos, Coreia do Sul, Austrália, Tailândia, e outras nações anticomunistas
pelo Mundo.
Watergate: O caso Watergate foi um escândalo político
ocorrido na década de 1970 nos Estados Unidos que, ao vir à tona, acabou por culminar
com a renúncia do presidente Richard Nixon, eleito pelo Partido Republicano.
Cerco ao Spaghetti
House: o cerco ao restaurante Spaghetti
House começou no fim da tarde de 28 de setembro de 1975 em Knightsbridge,
Londres. Franklin Davies, um estudante nigeriano, liderando dois outros homens
armados, Anthony Munroe e Wesley Dick, numa tentativa de assalto à mão armada
ao Spaghetti House, onde os responsáveis pela rede estavam reunidos para pagar
os salários da semana com uma quantia de aproximadamente £13.000.
Quando a tentativa de assalto não funcionou como o
planejado, nove funcionários italianos foram feitos de reféns e levados para o
subsolo, mas outro, que não havia sido visto, conseguiu escapar e deu o alarme,
iniciando o cerco de seis dias, até os bandidos se renderem.
Atentado ao Hotel
Hilton: em 5 de setembro de 1975 uma bomba
explodiu no lobby do Hotel Hilton em Park Lane, Londres, matando duas pessoas e
ferindo 63. O atentado foi assumido pelo IRA.
IRA: o Exército Republicano Irlandês, mais conhecido
como IRA (Irish Republic Army, no original), foi um grupo paramilitar católico
e reintegralista, que pretendia separar a Irlanda do Norte do Reino Unido e
reanexá-la à República da Irlanda.
Acidente da Estação
Moorgate: ocorrido em 28 fevereiro de 1975, no
metrô de Londres, na estação de Moorgate, um erro de condução provoca a morte de
43 pessoas e centenas de feridos.
Boa leitura.
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1. Pôster da equipe do West Ham finalista da Fa Cup 1975 (Pinterest) |
Uma vitória é sempre uma vitória
Em 1975 o resto do mundo se via arrastado pela
Guerra do Vietnã, o escândalo de Watergate ameaçava derrubar um presidente
americano, o país foi pego de surpresa pelo cerco ao restaurante Spaghetti
House, o IRA explodiu o London Hilton Hotel e o acidente do metrô na estação de
Moorgate que trouxe a tragédia a muitas famílias do Leste de Londres.
Agora falando de acontecimentos mais amenos, Ali
derrotou Frazier no “suspense de Manila”, o Leeds perdeu a final da Copa dos
Campeões da Europa numa controversa final contra o Bayern Munique e, liderado
por Dave Mackay, o ex-ídolo dos Spurs, o Derby County ganhou o seu segundo
título da First Division, repetindo o feito alcançando por Brian Clough quatro
anos antes.
1975 foi um ano muito difícil como um todo, mas o
futebol permaneceu popular como sempre, contudo o lado mais desagradável do
jogo regularmente mostrou sua cara feia.
A final da FA Cup daquele ano trouxe alívio para
dois dos clubes menos em moda quando, contra todas as expectativas, West Ham e
Fulham fizeram a final da FA Cup de 1975.
O velho estádio de Wembley recepcionou a ocasião,
mas agora ele era uma maltrapilha e degradada lembrança do seu anterior passado
de glórias. Entretanto, este fato não deve ter perturbado um único espectador
dos 100.000 que compareceram ao campo para a final da FA Cup de 1975.
Ambos os clubes de futebol eram verdadeiramente
antiquados. Os Hammers eram famosos pela sua torcida apaixonada nos arredores
de East End e em Essex, embora o glamour do time dos anos 1960s estivesse
desaparecendo rápido.
Os seus oponentes tinham um belo campo próximo ao
rio, mas eles viviam à sombra do seu badalado vizinho, o Chelsea. O clube podia
reclamar o status de celebridade através de seu presidente Tommy Trinder e
Johnny Haynes, um dos maiores jogadores de todos os tempos do pós-guerra da
Inglaterra.
Nenhum dos clubes atraíam a atenção da mídia como o
Leeds, o Liverpool, o Manchester United ou o Arsenal, mas os clubes tinham
personagens em abundância. A final da FA Cup foi uma decisão para românticos.
Os dois treinadores dos clubes, Ron Greenwood e
Alex Stock, respectivamente, eram teóricos muito bem respeitados e que
representavam os maiores ideais do futebol.
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2. Times
entrando em campo para a grande final (Site Fulham) |
Greenwood, um cristão praticante, foi o fundador da
famosa Academia de Upton Park e mais tarde se tornaria treinador da Inglaterra.
Ele havia ganho a Copa dos Vencedores de Copas Europeias com os Hammers e tirou
o melhor dos três heróis da Copa do Mundo que jogavam em Upton Park.
Stock, impiedosamente parodiado por Paul Whitehouse
no programa humorístico Fast Show, foi menos bem-sucedido na sua carreira. Mas,
apesar de seu time estar na Second Division naquela temporada, Stock manteve
sua posição como um dos melhores treinadores, tendo comandado nomes ilustres como
Jimmy Hill, Tosh Chamberlain, Bobby Robson e Johnny Haynes.
Moore, como era cabível ao seu status, tinha um
quarto só para ele no hotel do Fulham na frondosa Hadley Wood. Na noite
anterior à partida ele dormiu bem e acalmou os seus companheiros mais jovens um
pouco nervosos.
Ele disse aos jovens do Fulham que o time do West
Ham era o franco favorito, mas que isso não os deveria preocupa-los e que eles
fizessem o seu melhor. Sua presença no time do Fulham era uma clara vantagem
psicológica para se levar ao jogo. A visão do seu lendário ex-capitão no túnel
certamente mexeria com os nervos de alguns jogadores dos Hammers.
Moore, com 34 anos, fez sua própria preparação
antes do jogo, seu calção ficando por último como sempre. Contando piadas aos
jogadores do West Ham no túnel, ele caminhou a passos largos para ganhar o
aplauso do agradecido público de Wembley.
O ex-capitão da Inglaterra jogou bem, mas ele não
pôde evitar os erros do goleiro que custaram o jogo (e o título) – “malditos
goleiros”, ele diria após o jogo. Mais tarde ele deve ter olhado para sua
medalha de perdedor com um sorriso irônico – ele não havia recebido muitas
dessas na sua carreira.
Apesar das implicações românticas, na realidade a
final de 1975 foi contestada por dois times modestos. O Fulham estava na velha
Second Division e, embora o West Ham estivesse na First Division, eles apenas
ganharam 13 dos seus 42 jogos de Liga na temporada.
Mas por um capricho da FA Cup foram à final dois
times que, apesar da sua modesta forma, fizeram inteiramente por merecer o seu
lugar na decisão de Wembley.
Os Hammers despacharam o Southampton na Terceira Rodada
e o Swindon Town na Quarta, após um replay. A Quinta Rodada trouxe uma
rotineira vitória sobre o Queen’s Park Rangers antes do ponto alto da campanha
da FA Cup de 1975, uma impressionante vitória de 2 a 0 sobre o Arsenal em
Highbury.
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3. Billy
Bonds, capitão dos Hammers, troca cumprimenta Alan Mullery, capitão dos
Cottagers (Site Fulham) |
O nome do West Ham parecia que estava destinado a figurar
na decisão da Copa daquele ano. Uma semifinal contra o bom time do Ipswich Town
seguiu, com o homem que seria o herói da final, Alan Taylor, marcando duas
vezes num muito disputado replay. Os Hammers estavam de volta a Wembley após
dez anos ausentes.
Com três jogos contra o Hull City e quatro contra o
Nottingham Forest na sua rota até a final em Wembley, o Fulham garantiu o seu
lugar da maneira mais difícil. O Birmingham City travou uma dura batalha para
tentar negar ao time do Fulham o seu lugar na grande final, mas eles
prevaleceram na vitória por 1 a 0 no replay.
Como já havia se tornado tradição, ambos os grupos
de jogadores apareceram no gramado de Wembley uma hora antes do início da
partida vestidos com os seus caros ternos dos clubes.
Um a um eles foram entrevistados pelas equipes de
rádio e de televisão. Um jogador decidiu perder a oportunidade de responder às
mundanas questões “o que você acha...” feitas pela imprensa – Bobby Moore
estava em lugar nenhum. Quando perguntado acerca do paradeiro do grande homem,
Alan Mullery explicou que ele estava tirando uma soneca no vestiário.
Claramente Moore estava poupando suas energias para a partida.
Os torcedores do West Ham dedicaram uma grande
ovação a Moore, o homem responsável por trazer tanta distinção aos Hammers, e
que fora tratado de forma tão mesquinha por este mesmo clube, finalmente pôs os
pés em campo para sua última partida em seu amado Wembley.
A presença de Moore motivou o time do Fulham, como
Billy Bonds previra que assim seria, e o time do oeste de Londres dominou o
começo do primeiro tempo.
Duas perigosas cabeçadas de Conway, aproveitando
cobranças de escanteio, passaram muito perto da meta dos Hammers antes de um
chute de longa distância de Brooking passar rente à trave dos Cottagers. Um
primeiro tempo equilibrado deixou os torcedores dos Hammers ansiosos e os do
Fulham esperançosos.
Os londrinos do leste tinham toda razão em acreditar
que eles poderiam vencer. Um meio de campo contendo Bonds, Brooking, Graham
Paddon e Patsy Holland poderia jogar por qualquer time renomado, mas eles não
estavam conseguindo se impor ao humilde Fulham. Não houve sinal, no primeiro
tempo do clássico, durante o transcorrer do jogo, da Academia do West Ham.
Mas com o desenrolar do segundo tempo lenta, mas
decididamente, a categoria do West Ham começou a se impor quando os Hammers
conseguiram controlar o ritmo do jogo pela primeira vez.
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4. Alan
Taylor celebrando o seu segundo gol na partida (Getty Images) |
Uma reviravolta, que agora parecia inevitável. E
então finalmente chegou o grande momento: o goleiro do Fulham espalmou um chute
de meia distância de Bill Jennings quando ele poderia ter agarrado a bola. O
rebote foi graciosamente pego por Alan Taylor que chutou a bola e esta passou
pelo meio das pernas de Mellor e então a torcida dos Hammers começou a relaxar,
se ainda não havia começado a comemorar.
Quatro minutos depois a celebração da torcida se
tornou mais séria quando Taylor tirou proveito de outro erro do goleiro
adversário para marcar outro gol quase idêntico ao primeiro. Desta vez Mellor
rebateu uma bola chutada por Graham Paddon bem nos pés de Taylor que, mais uma
vez aproveitou o rebote e mandou a bola às redes do atônito goleiro.
Apesar da corajosa liderança de Moore e da
persistência de Mullery o Fulham não tinha mais nada a fazer para reverter a
situação.
Os dois capitães da Inglaterra ficaram frustrados
quando eles souberam que Billy Bonds estava sentindo uma lesão e a defesa dos
Hammers estava desprotegida, temendo ser atacada.
Felizmente Frank Lampard sênior estava num dos seus
melhores dias, energicamente cobrindo os seus companheiros e ganhando dividida
após dividida. Conforme os minutos passavam os torcedores sabiam que a taça
estava bem encaminhada para Boleyn.
Em última análise era uma vitória de rotina para os
favoritos, e não seria o final dos sonhos para Bobby Moore, que passou despercebido
e quietamente após o término do jogo, deixando o West Ham com o seu triunfo.
Naquele dia, dois jogadores se destacaram, mas por
diferentes motivos. Alan Taylor somente havia se juntado ao time do leste de
Londres no outono de 1974, vindo do Rochdale. Ron Greenwood voluntariamente
pagou £40.000 pelo jovem, que logo se tornou conhecido como “Sparrer” pelos
seus colegas.
O jogador de 21 anos não poderia imaginar a
temporada de sonho que esta seria para ele. Ele marcou duas vezes nas quartas
de final contra o Arsenal e mais dois na semifinal contra o Ipswich Town antes
dos seus dois gols em Wembley garantirem que a taça da FA Cup de 1975 fosse
adornada com as cores grená e azul do West Ham United.
A carreira de Taylor deu uma guinada incrível na
temporada 1974-75 quando ele veio da Fourth Division e acabou se tornando o
herói dos Hammers em Wembley num espaço de poucos meses. Os torcedores do West
Ham tinham todas as razões para pensar que eles haviam encontrado o seu
centroavante para os próximos dez anos – aqui estava o sucessor de Geoff Hurst
e Johnnie Byrne reunidos em um só.
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5. Jogadores comemorando a conquista em campo (Getty
Images) |
Infelizmente a final com o Fulham provou ser o auge
da carreira de Taylor, pois ele perdeu a forma exuberante daquela temporada e
ela nunca mais retornou. Sua carreira se consumou e definhou tão rápido quanto
decolou. Mas ele nunca será esquecido pelos torcedores dos Hammers pelas suas
façanhas na campanha da FA Cup de 1975.
Patsy “Dutch” Holland é um dos jogadores preferidos
de todos os tempos do West Ham. Abençoado com a habilidade de Brooking e a
perícia e a ginga de Devonshire, Holland tinha um jeito especial que fez ele
ganhar o respeito dos seus companheiros de time.
Holland costumava visitar escolas nos anos 1980s
para ensinar jovens promissores, e as crianças o adoravam por isso. Billy Bonds
reconhecia as qualidades de Dutch e, como capitão, nutria respeito pelo meio
campista.
Em sua autobiografia Bonds escreveu: “Patsy estava
entre as primeiras opções de pessoa que eu queria ao meu lado em qualquer time.
Ele tinha muito mais habilidade do que lhe era creditada, além de ter um fôlego
que lhe permitiria correr o dia inteiro”.
Ele foi uma figura-chave na equipe de 1975, Holland
foi sacado do time que jogou a final da FA Cup de 1980. Bonds fez o seu melhor
para consolar o desolado jogador, que estava quase às lágrimas no hotel do
time. Mas com sua típica generosidade de espírito, Holland rapidamente se
recuperou em tempo para aplaudir o seu time.
A final de 1975 foi o ápice da carreira de Dutch,
pois finais de Copas são para jogadores com suas qualidades de corredor
incansável, divididas fortes e marcação cerrada. A comparação mais próxima que
pode ser feita sobre as características de Holland é Alan Ball – o que era bom
demais!
Billy Bonds foi outro herói de 1975. Ele foi para o
jogo mesmo sentindo uma lesão no joelho e o seu recorrente incômodo na virilha.
No Royal Box, Bonds ergueu a taça da FA Cup em tributo aos heróis improváveis
como Holland e para a maioria daqueles milhares de torcedores que estavam
abaixo comemorando.
Os torcedores sabiam que eles tinham um time e
estavam frustrados porque eles não jogaram tão bem quanto poderiam na final. Os
fiéis de Boleyn estavam desesperados pelo sucesso. Eles também sabiam que a FA
Cup fornecia a sua única esperança palpável de conquista. Desta vez eles
ganharam, negando um final de contos de fadas ao seu maior jogador de todos os
tempos em sua carreira estelar.
Este ano não viu uma clássica temporada do West Ham
digna de um clube de grande tradição, mas uma vitória é uma vitória, e esta foi
na final da FA Cup.
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6. Celebração no Newham Town Hall no dia seguinte
após a conquista. Da esquerda para direita: Alan Taylor, segura o troféu ao
lado de Trevor Brooking e do capitão Billy Bonds (Getty Images) |
Ficha técnica da final:
West
Ham 2 (Alan Taylor - 2) Fulham 0
Local:
Wembley
Data:
3 de maio de 1975
Público:
100.000
West Ham: Mervyn Day, John McDowell, Frank Lampard,
Billy Bonds, Tommy Taylor, Kevin Lock, Billy Jennings, Graham Paddon, Alan
Taylor, Trevor Brooking, Patsy Holland (Bobby Gould).
Fulham: Peter Mellor, John Cutbush, John Fraser, Alan
Mullery, John Lacy, Bobby Moore, John Mitchell, Jim Conway, Viv Busby, Alan
Slough, Les Barrett. *
*West Ham’s 30 memorable matches - Philip Stevens ©.
|
7. Capa da revista World Soccer com
Billy Bonds (Pinterest) |
Tradução: Sandro Pontes