quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Nottingham Forest 3 Colônia 3 - Semifinal da Copa dos Campeões da Europa 1979


No ano 2000, a extinta revista de futebol inglesa “Total Football” produziu uma matéria muito interessante chamada Noites Gloriosas (Glory Nights), onde ela contava detalhes de importantes times britânicos contra adversários qualificados nos, então, 45 anos de torneios europeus.

Seis partidas mereceram destaque: Celtic versus Leeds United, em 1970; Liverpool versus Saint Ettiene, em 1977; Nottigham Forest versus Colônia, em 1979, Everton versus Bayern Munique, em 1985; Newcastle versus Barcelona, em 1996; e Manchester United versus Juventus, em 1999.

A grande partida que hoje relatamos foi o combate entre o Nottingham Forest e o Colônia da Alemanha pelas semifinais da Copa dos Campeões em 1979 no City Ground.

Ambos os times eram muito bons e, pode se dizer, era uma espécie de final antecipada, pois a outra semi foi disputada pelo Áustria Viena e o Malmo, dois times nitidamente inferiores.

Contudo, o jogo de ida assumiu proporções épicas num campo totalmente enlameado numa noite mágica de abril e a única certeza é a de que deste embate sairia o campeão, mas como não poderia de deixar de ser, em todas partidas do gênero, teve drama e superações.

E tudo isso é relembrado por um dos participantes do jogo, o defensor Larry Lloyd!

Boa leitura.

1. Programa oficial do jogo (Pinterest)

O Nottingham Forest estava se arrastando num placar adverso de 0 a 2 num atordoado City Ground e muito parecia que uma valente campanha europeia estava indo por água abaixo.

O campeão inglês, que estava na Second Division há somente dois anos atrás, surpreendeu a todos ao bater os reis continente do ano anterior, Liverpool, bem como AEK Atenas e Grasshoper Zurique na sua caminhada para as semifinais.

Mas permitir uma vantagem de dois gols a um time como o Colônia parecia ser desastroso.

“Nós nunca estivemos preocupados” disse o convicto zagueiro central do Forest, Larry Lloyd. “Nós erámos um time cheio de vida e nós tínhamos aquele espírito de nunca desistir que nos levou pra fora de situações difíceis então, em nossas cabeças, nunca esmorecemos”.

2. Archie Gemmil em lance da partida no enlameado City Ground (Getty Images)

“É verdade que nós fomos surpreendidos pelos alemães,” ele admite. “Eles vieram ao nosso campo e nos atacaram, e isso não era comum naqueles dias. Você esperava que os times visitantes se comportassem defensivamente, mas o Colônia nos atacou e nós não esperávamos isso”.

Os dois primeiros gols do Colônia aconteceram nos 20 minutos iniciais da partida, mas então a reação começou.

Lloyd relembra: “Foi uma grande noite europeia em Nottingham. O campo estava lotado em sua capacidade máxima e eles realmente ficaram atrás de nós, nos apoiando. Garry Birtles começou a recuperação antes de Ian Bowyer marcasse o gol de empate.

Então John Robertson pôs o time à frente em um cabeceio, para espanto dos seus colegas.

 
3. John Robertson, o herói da partida (Getty Images)
“Não consigo lembrar quando exatamente ele cabeceou a bola, ele nunca havia marcado gol de peixinho” disse Lloyd. “Esta foi uma grande partida de John, que estava diante da adversidade. Foi um jogo de dois toques rápidos que se jogaria durante toda a partida. Ele jogou durante toda a partida, mesmo com seu pai tendo morrido recentemente. O chefe (Clough) deixou para ele decidir se jogaria ou não, e ele decidiu que jogaria. E ele fez uma tremenda partida!”

Mesmo nos 3 a 2 para o Forest, a partida deu outra reviravolta. Os alemães fizeram entrar um substituto, um atacante japonês chamado Okudera.

Ele marcou no seu primeiro toque na bola, o que significava eles estavam mandando o Forest de volta ao seu lugar, e ainda com três gols marcados fora de casa no bolso.

“Eu nunca vou esquecer Cloughie na entrevista pós-partida,” disse Lloyd. “Ele foi soberbo. Ele disse “Só esperem a partida de volta”.

4. Card de Peter Shilton, o paredão do Forest e também do English Team (eBay)

“Todos nós acreditávamos que tínhamos uma defesa tão boa que se a gente assumisse que não tomaríamos nenhum gol, nós conseguiríamos. E foi que aconteceu. Ian Bowyer marcou para nós e ganhamos por 1 a 0. Para mim foi a partida mais importante na história do Forest porque o Colônia era um time muito, muito melhor que o Malmo que nós batemos na final”, completa Larry Lloyd.

Um único gol foi suficiente para vencer os suecos na final em Munique.

No ano seguinte eles provaram que não havia sido por acaso e fizeram tudo de novo, ao bater o Hamburgo por 1 a 0 em Madri.

“Aquele feito jamais será repetido” disse Lloyd. “O dinheiro é tão importante agora que é impossível para um clube menor chegar e vencer a Copa dos Campeões da Europa. E nós fizemos isso duas vezes. O que de melhor um clube como o Forest pode esperar nos dias de hoje é se tornar um time de meio de tabela da Premiership. Mas se nós não tivéssemos batido o Colônia, não haveria o campeonato europeu naquele ano e nós nunca teríamos a chance de defender o título no ano seguinte”.

5. Série de cards sobre a conquista de 1979 (Nikolai Trading Card)

Ficha técnica:

Nottingham Forest 3 (Birtles, Bowyer, Robertson) Colônia3 (Gool, Muller, Okudera)

Local: The City Ground

Data: 11 de abril de 1979

Primeira partida das semifinais da Copa dos Campeões da Europa

Público: 40.804

Nottingham Forest: Shilton, Barrett, Bowyer, McGovern, Lloyd, Needham, O’Neill, Gemmill (Clark), Bitles, Woodcock, Robertson.

Colônia: Schumacher, Konopka, Zimmermann, Schuster, Gerber, Cullmann, Van Gool, Glowacz (Okudera), Muller, Neumann, Prestin.

Impressões:

“Nosso melhor momento” Brian Clough

“Ele deu tudo de si, explorando a ala. E o seu gol foi incrível. Ele não sabia como cabecear uma bola, mas ele marcou num mergulho na lama e este foi, talvez, o gol mais importante na história do Nottingham Forest!”, Larry Lloyd.

Homem da partida: John Robertson

Alex Murphy ©, Revista Total Football © (2000).

6. Toda equipe imortalizada em caricaturas by Mark McKenny © (Pinterest)

Tradução: Sandro Pontes

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