Série Fatos e Curiosidades
Num
tempo em que um jogador como o Alexis Sanchez recebe absurdas £490.000 por
semana, o personagem retratado hoje se destacou mais fora de campo ao lutar,
como presidente da Associação de Jogadores Profissionais, pelo fim do salário
máximo que vigorava na terra da rainha e, na época, era de £20 libras semanais
(até o começo dos anos 1960s)!
Quem
já acompanha as publicações daqui, especificamente o perfil de Billy Meredith, viu que ele, no começo
do século XX, também lutou por aumento nos valores pagos aos jogadores (o valor
máximo era de £4 por semana).
Além
dessa luta dele, Hill foi um ótimo jogador do Fulham e também o lado como
jogador merece destaque, o que também é exposto no texto abaixo.
Para arrematar
colocamos a ficha técnica do jogador, que não continha na matéria original do
livro, mas que enriquece a matéria.
Boa leitura.
1. Jimmy Hill (Getty Images) |
Jimmy
Hill foi melhor jogador do que lhe é devidamente creditado, tendo marcando 52
gols em 297 aparições pelo Fulham, mas foi fora do campo que ele causou maior
impacto no jogo.
Como
presidente da Associação de Jogadores Profissionais - APF (Professional
Footballers Association – PFA, no original) ele lutou pela abolição do salário
máximo (então de £20 por semana) e pela liberdade dos jogadores negociar os
seus novos contratos (naquele tempo, os contratos eram renovados temporada a
temporada a critério do clube).
Um
boom pós-guerra de comparecimento de público aos estádios criou um considerável
acúmulo de dinheiro para os donos de clubes, mas que não era filtrado para os
jogadores.
Hill
levou os jogadores à beira de uma greve para mudar isso e eventualmente abriu
caminho para a mudança.
Um
dos primeiros beneficiários disso foi John Haynes. O Milan havia feito uma
proposta de £100.000 por Haynes e o presidente Tommy Trinder havia recusado a
oferta, acrescentando que, se o clube tivesse poder, ele pagaria ao jogador £100
por semana.
Trinder
não esperava ser colocado numa posição onde teria que cumprir sua promessa, mas
Haynes pegou os recortes de jornais quando Hill e a APF triunfaram no seu caso
e foi até Trinder para receber o seu aumento de salário.
2. Jimmy Hill e Bill Dodgin em foto de 1º de outubro de 1952 (Getty Images) |
Trinder
cumpriu sua palavra, dizendo que “Johnny Haynes é um dos principais animadores
do espetáculo e será pago como um deles de agora em diante. Eu pagarei £100 por
semana para ele jogar no Fulham”.
Bobby
Robson pensou que Trinder estava dando um sinal: “Nós temos o melhor jogador do
país que ninguém nos tomará e pagaremos o quanto ele merece”.
Tudo isso teria acontecido
eventualmente, mas Hill, como George Cohen colocou: “aproveitou o momento e
acelerou o processo dramaticamente. Ele estava desejando sair”.
Hill
jogou entre 1951 e 1961, um tempo empolgante para o clube. Ele era uma figura com
muita energia, encarregado cobrir grande parte do lado direito do campo e explorou
suas habilidades no limite.
Tosh
Chamberlain observou que “uma coisa com a qual você podia contar em Jimmy Hill
era que após soar o apito, fosse no início de uma partida ou num simples treino,
ele correria e correria e não pararia até o fim”.
Cohen
adicionou que “Hill não era nada mais que um operário em campo, mas a sua
redenção era que ele sabia disso. Ele sempre tentava fazer a coisa certa em
campo. Ele nunca cansou de apoiar os companheiros quando eles tinham a bola e
nunca fugiu de uma dividida, além de sempre procurar por um pedacinho de campo
livre”.
3. Jimmy Hill em ação contra o Grimsby Town em foto de 22 de fevereiro de 1958 (Getty Images) |
Ficha técnica:
James William Thomas
Hill
Nascimento: 22 de julho
de 1928 em Balham, Londres, Inglaterra
Falecimento: 19 de dezembro
de 2015 em Hurstpierpoint, West Sussex, Inglaterra
Carreira no Fulham: 1951-1961
Aparições pelo Fulham: 297
Gols: 52*
* When Football Was
Football: Fulham, a nostalgic look at a century of the club - Richard Allen ©.
4. Jimmy Hill, presidente da AFP, em reunião de 14 de novembro de 1960 que pleiteava a abolição do salário máximo na Inglaterra (Getty Images) |
Tradução: Sandro Pontes
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