sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Manchester City - Johnny Marr revela como se apaixonou pelos Cityzens

O guitarrista e cantor Johnny Marr, eternamente ligado à história da mítica banda The Smiths, pois ele foi um dos fundadores, é um aficionado pelo Manchester City e, sempre que pode, acompanha ao vivo o seu time do coração no Etihad Stadium 

Como acredito que um grande contingente dos leitores do blog seja composto de jovens, coloco o link do Youtube com um dos grandes sucessos da banda: Bigmouth Strikes Again.

Agora voltando à entrevista, concedida ao Manchester Evening News, em março de 2019, Marr declara todo o seu amor pelos Cityzens e, também, revela quando esta paixão começou: um longínquo janeiro de 1972, quando então um Johnny Marr com apenas nove anos assistiu ao seu time bater os Wolves por 5 a 2 em Maine Road, três gols do herói Franny Lee.

Por uma feliz coincidência achou-se o texto que narra como foi aquela partida que encantou Johnny Marr, cujo texto será reproduzido após a matéria do Manchester Evening News, retirada do site City Till I Die (escrito por David Clayton).

Outro ponto que vale destacar é que, ao tempo da entrevista, os Cityzens ainda brigavam por quatro títulos ao término da temporada, porém, coma eliminação para os Spurs nas quartas de final da Champions League, eles conquistaram “somente” um treble (Premier League, FA Cup e League Cup).

Antes de adentrar ao texto, propriamente dito, é preciso, considerando-se que algum leitor possa não conhecer a banda The Smiths, lançaremos mão da Wikipedia para trazer um breve resumo da história relativamente curta do conjunto musical (1982-1987), mas extremamente passional (toda vez que penso em Smiths lembro dum texto lido no Rough Guide of Rock, 1ª edição): “havia adoração entre os Smiths e os seus fãs”.

“The Smiths foi uma banda britânica de rock formada em Manchester em 1982. Tendo como principal característica a parceria nas composições de Morrissey (vocal) e Johnny Marr (guitarras), a banda também incluía Andy Rourke no baixo e Mike Joyce como baterista.

Os críticos consideram a banda como sendo a mais importante banda de rock alternativo a surgir nos anos 1980s.

A banda assinou contrato com a Rough Trade Records, pela qual eles lançaram quatro álbuns, várias coletâneas e diversos singles.

Embora alcançando pouco sucesso comercial fora do Reino Unido durante os seus anos de atividade, a banda conquistou grande sucesso nos anos decorrentes, mantendo-se nas prateleiras das lojas até os dias de hoje.

A banda encerrou suas atividades em 1987, nunca vindo a se reunir novamente.

1. The Smiths. Da esquerda para a direita: Johnny Marr, Morrissey, Andy Rourke a Mike Joyce (Getty Images)

O NME (New Musical Express) nomeou os Smiths como os "artistas mais influentes de sempre" em uma votação de 2002.

A banda foi formada no início de 1982 por Steven Patrick Morrissey, um escritor que era grande fã de New York Dolls e que foi vocalista por um curto período da banda de punk rock The Nosebleeds, e pelo guitarrista e compositor John Maher (que, posteriormente, alterou o seu nome para Johnny Marr para não ser confundindo com o baterista da banda Buzzcocks).

Após gravarem várias fitas demo com Simon Wolstencroft (que fez parte da banda The Fall) na bateria, Morrissey e Marr recrutaram o baterista Mike Joyce no outono de 1982, tendo este um histórico dentro do punk nas bandas The Hoax e Victim.

Além de Joyce, também entrou para a banda o baixista Dale Hibbert, que trabalhava como engenheiro de gravação em um estúdio, o que possibilitava que a banda gravasse suas fitas demo.

Porém, após um show, um amigo de Marr, Andy Rourke, assumiu o posto de baixista, pois, segundo Marr, nem a personalidade, nem a maneira de Hibbert tocar se encaixavam no estilo do grupo.

O nome da banda foi escolhido, em parte, como uma maneira de contrapor os nomes usados por bandas de synthpop como Orchestral Manoeuvres in the Dark e Spandau Ballet, pois para os músicos, tais nomes soavam pretensiosos demais.

Em uma entrevista em 1984, Morrissey afirmou que escolheu o nome "The Smiths" "... porque dos nomes era o mais comum" e por pensar que "era o momento em que as pessoas comuns mostravam seus rostos".

Em tradução livre, o vocábulo "Smith" - um sobrenome muito comum na Inglaterra (comparável ao "Silva", no Brasil) - seria "ferreiro" ou "serralheiro".

Feitos todos estes esclarecimentos passemos ao tão esperado texto.

Boa leitura.

2. Johnny Marr no Etihad Stadium dando entrevista para a Man City TV antes da partida com o Atalanta pela Champions League em 22 de outubro (Getty Images)

 
Johnny Marr revela como se apaixonou pelo Manchester City

A lenda da música de Manchester falou sobre o seu amor pelo Man City.

Por Steve Railston ©, 29 de março de 2019, às 11:46

O time de Pep Guardiola tem uma variedade de estrelas talentosas, mas, fora do gramado, o Man City gaba-se de ter, entre os seus torcedores, alguns dos músicos maia famosos do mundo.

3. Noel Gallagher, ex Oasis, e Johnny Marr flagrados pela televisão durante a partida contra o Arsenal em 3 de fevereiro no Etihad Stadium. O City bateu os londrinos por 3 a 1 (Daily Mail)

Noel e Liam Gallagher do Oasis, por exemplo, não fizeram segredo da sua afeição pelo City ao longo dos anos e, da mesma maneira, Johnny Marr, que fez parte dos Smiths.

Os Blues atualmente estão perseguindo o seu quarto título de Premier League na era moderna do futebol inglês e possuem uma das equipes mais invejáveis do futebol.

Os Cityzens também possuem uma infraestrutura de classe mundial, incluindo multimilionário complexo de treinamento que assegura a sustentabilidade de futuros sucessos.

O City está praticamente irreconhecível do que ele foi há algumas décadas atrás, com o clube brevemente flertando com a quarta divisão da Inglaterra em poucas ocasiões, enquanto também chamava a sua casa de Maine Road.

4. Noel Gallagher e Johnny Marr no Etihad Stadium após a partida contra o West Ham em 11 de maio de 2014. Eles estão comemorando o título da Liga ao lado dum torcedor (Getty Images)

Nascido e criado Mancunian, Marr, que é responsável por algumas músicas mais icônicas da Grã-Bretanha é um torcedor do City de longa data e testemunhou os altos e baixos do clube.

E o músico de 55 anos, falando ao BBC Sport, agora recorda quando se apaixonou pelo City ao dizer: “A primeira vez em que que fui vê-los foi em 1972”.

“Foi um jogo do City contra os Wolves e eu fui com um amigo. Eu tinha uns nove anos naquele tempo e, como diversos torcedores de futebol, tenho uma grande lembrança da minha primeira ida ao estádio, de caminhar por lá e de entrar no gramado e ver o campo, aquele imenso espaço verde combinado com o barulho e toda a excitação e energia do lugar. Isto nunca mais será esquecido, aquela lembrança”.

“Naquela época o City tinha o seu famoso time dos anos 1970s com Mike Summerbee, Colin Bell e Franny Lee”.

5. Gallagher e Marr no Etihad comemorando o título da Liga 2013-14 (Getty Images)

Felizmente para mim, meu primeiro jogo foi uma vitória por 5 a 2 com Lee marcando um hat-trick e eu simplesmente fiquei apaixonado com a coisa toda. Fiquei apaixonado pelo uniforme e pela atmosfera do jogo e se tronou uma jornada interessante desde então.

A “interessante jornada” do City continuará e o clube ainda está na disputa por um inédito triunfo quádruplo nesta campanha.

O City de Mike Summerbee, Colin Bell e Franny Lee é uma lenda de antigamente e não há dúvidas de que os homens de Guardiola podem se situar no mesmo patamar se eles trouxerem ainda mais troféus. *

No site dedicado ao City, chamado City Till I Die, há a descrição desta partida que encantou Johnny Marr e será reproduzida para vocês logo abaixo:

6. Programa oficial da partida entre o City e os Wolves (10 Footballs)

“O City imediatamente emparedou o adversário visitante. Com o gramado de Maine Road reduzido a um lamaçal com algumas faixas de grama aqui e ali. A bola não consegui rolar adequadamente pela superfície e os times tiveram que se adaptar para fazer ligação direta como recurso para dar andamento ao jogo.

Os Blues, entretanto, roubaram a cena quando, com apenas cinco minutos jogados, Tommy Booth colocou os anfitriões à frente no placar por 1 a 0 e, aos 24, Lee marcou o seu 21º gol na temporada para, aparentemente, colocar o time da casa numa posição privilegiada.

Mas, tão perigoso quanto era o ataque do City, havia pontos fracos na defesa do time da casa que os Wolves começaram a explorar.

Joe Corrigan parecia não estar em um bom dia e os seus defensores dificilmente passavam um jogo se conceder, pelo menos, um gol. Já fazia sete partidas desde que o City conseguira o seu último clean sheet e, aos 34 minutos, o prolífico John Richards diminuiu a desvantagem dos visitantes.

7. Franny Lee marcando um dos seus gols na partida (City Till I Die)

Aquele choque pareceu acordar um primoroso time do City e, seis minutos depois do gol de Richards, Towers restaurou a vantagem de dois gols dos Blues ao marcar o terceiro gol do time e deixar em 3 a 1.

Seja o que for que Mercer e Allison tenham dito ao time no intervalo, não fez efeito imediatamente, pois Richards, novamente, recolocou os Wolves no jogo quando marcou o seu segundo gol na tarde, apenas seis minutos após a volta para o segundo tempo.

Quando o relógio já marcava uma hora de jogo Mike Summerbee se machucou e saiu mancando de campo para a entrada do substituto Freddie Hill, que saiu do banco para fazer sua primeira aparição pelos Blues na temporada e foi este mesmo Hill que mudou o ritmo do jogo, adicionando uma nova dinâmica ao meio de campo do City que, estranhamente, havia perdido o seu ímpeto inicial, especialmente em virtude de Colin Bell, aparentemente, estar desfrutando de um dia de folga.

O próximo gol seria crítico, se ele fosse marcado pelo City, não deixaria mais margem para uma reação para os visitantes... o super substituto Hill provou ser o diferencial dos Blues quando, numa cobrança de escanteio, ele cabeceou para trás e encontrou um Lee sem marcação para vencer a defesa adversária e marcar o quarto gol do City naquela tarde aos 65 minutos, permitindo a uma plateia tensa em Maine Road desfrutar um último terço do jogo com mais tranquilidade e Lee, em tarde inspirada, deu o golpe de misericórdia ao completar o seu hat-trick quando faltavam dois minutos para o término do confronto. **

8. Franny Lee, braço erguido, comemorando um dos seus gols na partida (City Till I Die)

Ficha técnica partida em que Johnny Marr compareceu:

Manchester City 5 (Francis Lee-3, Tommy Booth, Towers) Wolverhampton Wanderes 2 (John Richards-2)

League Division One

29 de janeiro de 1972

Local: Maine Road

Público: 37.639

Manchester City: Joe Corrigan, Tony Book, Willie Donachie, Mike Doyle, Tommy Booth, Alan Oakes, Mike Summerbee, Colin Bell, Wyn Davies, Francis Lee, Tony Towers (Freddie Hill).

Wolverhampton Wanderes: Phil Parkes, Bernard Shaw, Derek Parkin, Alan Sunderland, Frank Munro, John McAlle, Jim McCalliog, Danny Hegan, John Richards, Derek Dougan, David Wagstaffe (Peter Eastoe).

* Steve Railston ©
** David Clayton ©

9. Lance da partida entre o City e os Wolves (City Till I Die)

Tradução: Sandro Pontes

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