O
guitarrista e cantor Johnny Marr, eternamente ligado à história da mítica banda
The Smiths, pois ele foi um dos
fundadores, é um aficionado pelo Manchester City e, sempre que pode, acompanha
ao vivo o seu time do coração no Etihad Stadium
Como acredito que um grande contingente dos leitores do blog seja composto de jovens, coloco o link do Youtube com um dos grandes sucessos da banda: Bigmouth Strikes Again.
Agora voltando à entrevista, concedida ao Manchester
Evening News, em março de 2019, Marr declara todo o seu amor pelos Cityzens
e, também, revela quando esta paixão começou: um longínquo janeiro de 1972,
quando então um Johnny Marr com apenas nove anos assistiu ao seu time bater os
Wolves por 5 a 2 em Maine Road, três gols do herói Franny Lee.
Por uma
feliz coincidência achou-se o texto que narra como foi aquela partida que
encantou Johnny Marr, cujo texto será reproduzido após a matéria do Manchester
Evening News, retirada do site City Till
I Die (escrito por David Clayton).
Outro ponto
que vale destacar é que, ao tempo da entrevista, os Cityzens ainda brigavam por
quatro títulos ao término da temporada, porém, coma eliminação para os Spurs
nas quartas de final da Champions League, eles conquistaram “somente” um treble (Premier League, FA Cup e League
Cup).
Antes de
adentrar ao texto, propriamente dito, é preciso, considerando-se que algum
leitor possa não conhecer a banda The Smiths, lançaremos mão da Wikipedia para
trazer um breve resumo da história relativamente curta do conjunto musical
(1982-1987), mas extremamente passional (toda vez que penso em Smiths lembro
dum texto lido no Rough Guide of Rock, 1ª edição): “havia adoração entre os
Smiths e os seus fãs”.
“The Smiths
foi uma banda britânica de rock formada em Manchester em 1982. Tendo como
principal característica a parceria nas composições de Morrissey (vocal) e
Johnny Marr (guitarras), a banda também incluía Andy Rourke no baixo e Mike
Joyce como baterista.
Os críticos
consideram a banda como sendo a mais importante banda de rock alternativo a
surgir nos anos 1980s.
A banda
assinou contrato com a Rough Trade
Records, pela qual eles lançaram quatro álbuns, várias coletâneas e
diversos singles.
Embora
alcançando pouco sucesso comercial fora do Reino Unido durante os seus anos de
atividade, a banda conquistou grande sucesso nos anos decorrentes, mantendo-se
nas prateleiras das lojas até os dias de hoje.
A banda
encerrou suas atividades em 1987, nunca vindo a se reunir novamente.
1. The Smiths. Da esquerda para a direita: Johnny Marr, Morrissey, Andy Rourke a Mike Joyce (Getty Images) |
O NME (New Musical Express) nomeou os Smiths como os "artistas
mais influentes de sempre" em uma votação de 2002.
A banda foi
formada no início de 1982 por Steven Patrick Morrissey, um escritor que era
grande fã de New York Dolls e que foi
vocalista por um curto período da banda de punk rock The Nosebleeds, e pelo guitarrista e compositor John Maher (que,
posteriormente, alterou o seu nome para Johnny Marr para não ser confundindo
com o baterista da banda Buzzcocks).
Após
gravarem várias fitas demo com Simon Wolstencroft (que fez parte da banda The Fall) na bateria, Morrissey e Marr
recrutaram o baterista Mike Joyce no outono de 1982, tendo este um histórico
dentro do punk nas bandas The Hoax e Victim.
Além de
Joyce, também entrou para a banda o baixista Dale Hibbert, que trabalhava como
engenheiro de gravação em um estúdio, o que possibilitava que a banda gravasse
suas fitas demo.
Porém, após
um show, um amigo de Marr, Andy Rourke, assumiu o posto de baixista, pois,
segundo Marr, nem a personalidade, nem a maneira de Hibbert tocar se encaixavam
no estilo do grupo.
O nome da
banda foi escolhido, em parte, como uma maneira de contrapor os nomes usados
por bandas de synthpop como Orchestral Manoeuvres in the Dark e Spandau Ballet, pois para os músicos,
tais nomes soavam pretensiosos demais.
Em uma
entrevista em 1984, Morrissey afirmou que escolheu o nome "The
Smiths" "... porque dos nomes era o mais comum" e por pensar que
"era o momento em que as pessoas comuns mostravam seus rostos".
Em tradução
livre, o vocábulo "Smith" - um sobrenome muito comum na Inglaterra
(comparável ao "Silva", no Brasil) - seria "ferreiro" ou
"serralheiro".
Feitos
todos estes esclarecimentos passemos ao tão esperado texto.
Boa
leitura.
2. Johnny Marr no Etihad Stadium dando entrevista para a Man City TV antes da partida com o Atalanta pela Champions League em 22 de outubro (Getty Images) |
A lenda da
música de Manchester falou sobre o seu amor pelo Man City.
Por Steve
Railston ©, 29 de março de 2019, às 11:46
O time de
Pep Guardiola tem uma variedade de estrelas talentosas, mas, fora do gramado, o
Man City gaba-se de ter, entre os seus torcedores, alguns dos músicos maia
famosos do mundo.
3. Noel Gallagher, ex Oasis, e Johnny Marr flagrados pela televisão durante a partida contra o Arsenal em 3 de fevereiro no Etihad Stadium. O City bateu os londrinos por 3 a 1 (Daily Mail) |
Noel e Liam
Gallagher do Oasis, por exemplo, não fizeram segredo da sua afeição pelo City
ao longo dos anos e, da mesma maneira, Johnny Marr, que fez parte dos Smiths.
Os Blues
atualmente estão perseguindo o seu quarto título de Premier League na era
moderna do futebol inglês e possuem uma das equipes mais invejáveis do futebol.
Os Cityzens
também possuem uma infraestrutura de classe mundial, incluindo multimilionário
complexo de treinamento que assegura a sustentabilidade de futuros sucessos.
O City está
praticamente irreconhecível do que ele foi há algumas décadas atrás, com o
clube brevemente flertando com a quarta divisão da Inglaterra em poucas
ocasiões, enquanto também chamava a sua casa de Maine Road.
4. Noel Gallagher e Johnny Marr no Etihad Stadium após a partida contra o West Ham em 11 de maio de 2014. Eles estão comemorando o título da Liga ao lado dum torcedor (Getty Images) |
Nascido e
criado Mancunian, Marr, que é responsável por algumas músicas mais icônicas da
Grã-Bretanha é um torcedor do City de longa data e testemunhou os altos e
baixos do clube.
E o músico
de 55 anos, falando ao BBC Sport, agora recorda quando se apaixonou pelo City
ao dizer: “A primeira vez em que que fui vê-los foi em 1972”.
“Foi um
jogo do City contra os Wolves e eu fui com um amigo. Eu tinha uns nove anos
naquele tempo e, como diversos torcedores de futebol, tenho uma grande
lembrança da minha primeira ida ao estádio, de caminhar por lá e de entrar no
gramado e ver o campo, aquele imenso espaço verde combinado com o barulho e
toda a excitação e energia do lugar. Isto nunca mais será esquecido, aquela
lembrança”.
“Naquela
época o City tinha o seu famoso time dos anos 1970s com Mike Summerbee, Colin
Bell e Franny Lee”.
5. Gallagher e Marr no Etihad comemorando o título da Liga 2013-14 (Getty Images) |
A
“interessante jornada” do City continuará e o clube ainda está na disputa por
um inédito triunfo quádruplo nesta campanha.
O City de
Mike Summerbee, Colin Bell e Franny Lee é uma lenda de antigamente e não há
dúvidas de que os homens de Guardiola podem se situar no mesmo patamar se eles
trouxerem ainda mais troféus. *
No site
dedicado ao City, chamado City Till I Die, há a descrição desta partida que
encantou Johnny Marr e será reproduzida para vocês logo abaixo:
6. Programa oficial da partida entre o City e os Wolves (10 Footballs) |
“O City
imediatamente emparedou o adversário visitante. Com o gramado de Maine Road
reduzido a um lamaçal com algumas faixas de grama aqui e ali. A bola não
consegui rolar adequadamente pela superfície e os times tiveram que se adaptar
para fazer ligação direta como recurso para dar andamento ao jogo.
Os Blues,
entretanto, roubaram a cena quando, com apenas cinco minutos jogados, Tommy
Booth colocou os anfitriões à frente no placar por 1 a 0 e, aos 24, Lee marcou
o seu 21º gol na temporada para, aparentemente, colocar o time da casa numa
posição privilegiada.
Mas, tão
perigoso quanto era o ataque do City, havia pontos fracos na defesa do time da
casa que os Wolves começaram a explorar.
Joe
Corrigan parecia não estar em um bom dia e os seus defensores dificilmente
passavam um jogo se conceder, pelo menos, um gol. Já fazia sete partidas desde
que o City conseguira o seu último clean
sheet e, aos 34 minutos, o prolífico John Richards diminuiu a desvantagem
dos visitantes.
7. Franny Lee marcando um dos seus gols na partida (City Till I Die) |
Aquele
choque pareceu acordar um primoroso time do City e, seis minutos depois do gol
de Richards, Towers restaurou a vantagem de dois gols dos Blues ao marcar o
terceiro gol do time e deixar em 3 a 1.
Seja o que
for que Mercer e Allison tenham dito ao time no intervalo, não fez efeito
imediatamente, pois Richards, novamente, recolocou os Wolves no jogo quando
marcou o seu segundo gol na tarde, apenas seis minutos após a volta para o
segundo tempo.
Quando o
relógio já marcava uma hora de jogo Mike Summerbee se machucou e saiu mancando
de campo para a entrada do substituto Freddie Hill, que saiu do banco para
fazer sua primeira aparição pelos Blues na temporada e foi este mesmo Hill que
mudou o ritmo do jogo, adicionando uma nova dinâmica ao meio de campo do City
que, estranhamente, havia perdido o seu ímpeto inicial, especialmente em
virtude de Colin Bell, aparentemente, estar desfrutando de um dia de folga.
O próximo
gol seria crítico, se ele fosse marcado pelo City, não deixaria mais margem
para uma reação para os visitantes... o super substituto Hill provou ser o
diferencial dos Blues quando, numa cobrança de escanteio, ele cabeceou para
trás e encontrou um Lee sem marcação para vencer a defesa adversária e marcar o
quarto gol do City naquela tarde aos 65 minutos, permitindo a uma plateia tensa
em Maine Road desfrutar um último terço do jogo com mais tranquilidade e Lee,
em tarde inspirada, deu o golpe de misericórdia ao completar o seu hat-trick
quando faltavam dois minutos para o término do confronto. **
8. Franny Lee, braço erguido, comemorando um dos seus gols na partida (City Till I Die) |
Ficha
técnica partida em que Johnny Marr compareceu:
Manchester
City 5 (Francis Lee-3, Tommy Booth, Towers) Wolverhampton Wanderes 2 (John
Richards-2)
League
Division One
29
de janeiro de 1972
Local:
Maine Road
Público:
37.639
Manchester City: Joe Corrigan, Tony Book, Willie Donachie, Mike Doyle,
Tommy Booth, Alan Oakes, Mike Summerbee, Colin Bell, Wyn Davies, Francis Lee,
Tony Towers (Freddie Hill).
Wolverhampton
Wanderes: Phil Parkes, Bernard Shaw, Derek Parkin, Alan Sunderland, Frank
Munro, John McAlle, Jim McCalliog, Danny Hegan, John Richards, Derek Dougan,
David Wagstaffe (Peter Eastoe).
* Steve Railston ©
** David
Clayton ©
9. Lance da partida entre o City e os Wolves (City Till I Die) |
Tradução:
Sandro Pontes
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