De
setembro de 2000, quando assumiu o comando dos Blues no lugar do demitido Gianluca
Vialli, até maio de 2004, o italiano Claudio Ranieri, apelidado de indeciso pela
crônica esportiva britânica, teve papel importante na construção do time do
Chelsea que viria a conquistar dois títulos de Premier League sucessivos sob o
comando de José Mourinho.
Descobriram
maiores detalhes da passagem do treinador italiano por Stamford Bridge através
da leitura do texto abaixo.
Boa
leitura.
1. Chegada de Claudio Ranieri nos Blues (Getty Images) |
Ranieri
se esforçou muito para superar a barreira da língua. Quando ele chegou ao clube
de Londres, ele falava um inglês muito limitado, entretanto isso não o
atrapalhou no começo, pois os Blues tinham jogadores que falavam italiano e
espanhol e o ajudaram a traduzir as suas instruções no campo de treinamentos.
A
primeira temporada de Ranieri mostrou resultados inconsistentes, com o Chelsea
terminando na sexta colocação e conseguindo uma vaga na próxima Uefa Cup.
Ranieri
havia sido instruído a reduzir a média de idade da sua equipe e agiu para
reconstruir o Chelsea no verão de 2001, criando uma nova marca para o meio de
campo ao contratar Frank Lampard junto ao West Ham United, Emmanuel Petit e
Boudewijn Zenden do Barcelona, além de Jesper Grønkjær do Ajax.
Ele
também contratou o defensor William Gallas do Olympique Marseille, gastando um total
de aproximadamente £30 milhões nestas aquisições.
Ranieri,
contudo, foi criticado tanto por vender Dennis Wise, um dos favoritos da torcida,
quanto pelo fato da performance do Chelsea na Liga não ter melhorado muito
quando comparado com a temporada anterior.
2. Claudio Ranieri comandando os Blues pela primeira vez. Um empate por 3 a 3 em Old Trafford em 23 de setembro de 2000 (Getty Images) |
O
clube terminou a Premier League na sexta posição novamente, mas conseguiu
chegar à final da FA Cup Final, onde foi derrotado por 2 a 0 pelo Arsenal.
Durante
a temporada 2002-03 e ao longo dos seus dias junto ao Chelsea, Ranieri foi acusado
de fazer muitas mudanças na sua equipe titular, sendo apelidado de "O Indeciso"
pela imprensa britânica.
O Chelsea
terminou a temporada em alta, inclusive conseguindo se classificar para a
Champions League após bater o Liverpool por 2 a 1 na última rodada da temporada
em Stamford Bridge.
A
conquista de Ranieri, vindo numa temporada em que o clube se encontrava em
dificuldades financeiras e a única chegada em Stamford Bridge foi de Enrique de
Lucas, vindo do Espanyol numa transferência sem custos, foi muito reverenciada
pelos torcedores e pela imprensa em geral.
Adicionalmente
Ranieri foi bem-sucedido em extrair o melhor de jogadores como Samuele Dalla
Bona e Mario Stanić, além de estimular e dar confiança para os talentos
emergentes John Terry, Robert Huth e Carlton Cole.
Quando
o Chelsea foi adquirido pelo bilionário russo Roman Abramovich em 2003, Ranieri
ganhou um grande volume de recursos para adquirir jogadores, mas também e
encontrou com o seu cargo sob ameaça.
3. Arséne Wenger e Claudio Ranieri na final da FA Cup de 2002 (Guardian) |
Dias
após a aquisição, Abramovich foi fotografado num encontro com, Sven-Göran
Eriksson, treinador da Inglaterra.
Embora
o clube não tivesse contratado Eriksson naquele momento, aqueles rumores
assombrariam Ranieri durante toda a temporada.
Ranieri
gastou £120 milhões na contratação de jogadores no verão de 2003.
Dentre
estas contratações se incluíam o ponta irlandês Damien Duff pelo então valor
recorde do clube: £17 milhões, os jovens ingleses Wayne Bridge, Joe Cole e Glen
Johnson, a dupla de argentinos Juan Sebastián Verón e Hernán Crespo; o francês
Claude Makélélé e a estrela romena Adrian Mutu.
Este
investimento resultou na melhor colocação para o clube nos últimos 49 anos,
quando os Blues terminaram a competição na segunda colocação da Premier League,
ficando atrás do Arsenal, que se tornou o primeiro clube, após amis de 100
anos, a permanecer imbatível durante uma temporada inteira.
Esta
colocação classificou o Chelsea automaticamente para a Champions League.
4. Jesper Grønkjær comemorando o seu gol sobre o Liverpool em Stamford Bridge em maio de 2003 (Getty Images) |
O
clube também alcançou as semifinais da Champions League, eliminando o Arsenal na
caminhada, embora a posição de Ranieri se viu enfraquecida pelo revés na
semifinal frente ao Monaco, em dois jogos em que o treinador foi acusado de fazer
alterações esquisitas e mudanças táticas que se mostraram improdutivas.
Esta
temporada também viu o Chelsea quebrar o recorde de menos gols sofridos e do
maior número de pontos numa temporada, até então (o vice-campeonato rendeu 79
pontos aos Blues).
David
Platt, ex-jogador da Inglaterra e comentarista, usou o exemplo de Ranieri para
ilustrar a sua observação de que “construir um time que possa conquistar e
conduzir este time até o título são duas coisas completamente diferentes”.
Em
31 de maio de 2004, após quase uma no de especulação, que inclui o fartamente
documentado cortejo a Eriksson, ele finalmente foi liberado dos seus encargos de
treinador do Chelsea e o seu emprego foi ocupado por José Mourinho, que havia
liderado o Porto para sucessivos triunfos europeus.
Nas
quatro temporadas de Ranieri o Chelsea melhorou a sua pontuação total temporada
após temporada.
A
base do time do Chelsea que ganhou dos títulos de Premier League sob o comando
de Mourinho, incluindo John Terry, William Gallas, Wayne Bridge, Claude
Makélélé e Frank Lampard foram todos contratados ou desenvolvidos durante a
gestão de Ranieri.
Durante
os seus meses finais no Chelsea, Ranieri também identificou Didier Drogba e
Arjen Robben como jogadores que o Chelsea deveria contratar, ambos acabariam se
tornando jogadores-chave no clube.
Ranieri
publicou, em setembro de 2004, um livro chamado “Homem Soberbo Caminhando” detalhando
o seu último ano de Chelsea. Toda a receita apurada com as vendas foi destinada
ao London's Great Ormond Street Hospital. *
* The Premiership Football Miscellany
- John White ©.
6. Wayne Bridge comemorando o seu gol que eliminou os Gunners em Highbury na vitória por 2 a 1 dos Blues (Getty Images) |
Tradução:
Sandro Pontes
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